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Treasuries: juros caem, com decisão do Fed e comentários de Powell

Os Fed funds foram elevados pela décima vez consecutiva, aumentando em 25 pontos base

Treasuries: juros caem, com decisão do Fed e comentários de Powell
Foto: Envato Elements

Os rendimentos dos Treasuries operaram em baixa hoje, em sessão marcada pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). O comunicado com a elevação de taxas chegou a ser interpretado por analistas como um sinal de pausa nas altas de juros, mas a coletiva de imprensa trouxe outra visão sobre a postura da autoridade monetária, que segue preocupada com a persistência da inflação.

No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,858%, o da T-note de 10 anos baixava a 3,347% e o do T-bond de 30 anos cedia a 3,672%.

Os Fed funds foram elevados pela décima vez consecutiva, aumentando em 25 pontos base, chegando à faixa de 5,00% a 5,25%. O nível é o mais alto para os juros em 16 anos. Na coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a instituição poderá apertar mais a política monetária, caso necessário. Segundo ele, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) não tomou uma decisão sobre eventual pausa na campanha de alta de juros hoje. A ferramenta de monitoramento do CME Group mostrava há pouco 77,7% de chance de manutenção da política monetária na próxima decisão do Fed, em 14 de junho. Há ainda 16,5% de possibilidade de alta de 25 pontos-base, além de 5,8% de corte de 25 pontos-base.

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A Capital Economics acredita que haverá cortes nas taxas em breve, e cortes ainda maiores do que o atualmente descontado até o final de 2024. Isso apoia a visão de que as T-notes de 10 anos se recuperarão um pouco este ano. “É certo que, apesar de uma recessão iminente, não esperamos uma grande queda neste rendimento: mas prevemos que caia de aproximadamente 3,40% atualmente para 3,25% no restante de 2023”, projeta a consultoria.

O analista da Oanda Edward Moya lembra que os tamanhos dos leilões do Tesouro permanecem inalterados neste trimestre, pois o limite da dívida restringe o que eles podem fazer, mas, após o final do verão do Hemisfério Norte, eles podem precisar aumentá-los. O Tesouro americano também retornará às recompras em 2024, algo que não fazia há mais de duas décadas, indica. O objetivo da recompra é ajudar a liquidez, pois ninguém quer mexer nas notas mais antigas, devido ao cupom mais alto que você pode obter atualmente, explica Moya. O spread entre os rendimentos do Tesouro de três meses e 10 anos atingiu uma inversão recorde após o anúncio do Tesouro.

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