Os retornos dos Treasuries ficaram mistos em parte do dia, mas acabaram por cair, com a demanda pela segurança dos bônus apoiada, em sessão abreviada na véspera da publicação do relatório mensal de empregos (payroll). Na agenda desta quinta-feira, um dado do mercado de trabalho foi publicado e houve também declarações de um dirigente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard.
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No fechamento antecipado de hoje, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,787%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,283% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,537%.
Mais cedo, o Departamento do Trabalho informou que os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram 18 mil na semana nos EUA, a 228 mil, ante previsão de 200 mil dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. O dado da semana anterior, porém, teve revisão forte para cima, de 198 mil a 246 mil.
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Agora, há expectativa pelo relatório mensal de empregos (payroll) dos EUA, que sai nesta sexta-feira. Segundo o Projeções Broadcast, a mediana das expectativas é de que tenham sido criadas 240 mil vagas em março nos EUA, uma desaceleração ante o mês anterior, mas em nível ainda forte. O dado será elemento importante para a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Nesta tarde, estava praticamente empatada a chance de manutenção de juros ou alta de 25 pontos-base pelo Fed na sua próxima decisão, em 3 de maio, segundo o monitoramento do CME Group.
Entre os dirigentes do Fed, Bullard reafirmou o compromisso com a política monetária mais apertada atual, a fim de conter a inflação. Ele disse que a inflação, aliás, dá sinais de persistência, e ao comentar as turbulências bancárias recentes avaliou que a resposta oficial foi “rápida e apropriada” para conter o quadro, além de apontar que os reguladores podem adotar outras medidas, caso se mostre necessário.
O Julius Baer afirma, em comentário a clientes, que os retornos dos Treasuries perderam fôlego desde a quebra do Silicon Valley Bank (SVB). Segundo o banco suíço, os episódios recentes com bancos menores nos EUA são mostra de vulnerabilidade no setor a eventuais novas corridas bancárias. Para o payroll, o Julius Baer diz que a expectativa dos investidores parece ser de desaceleração forte, após a geração de 311 mil vagas no mês de fevereiro. O banco vê o mercado de Treasuries posicionado para uma leitura fraca, o que seria argumento por juros mais baixos e menor pressão salarial no médio prazo.