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Juros longos recuam, com investidores digerindo dados dos EUA

Mercado também está atento a comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed)

Juros longos recuam, com investidores digerindo dados dos EUA
Foto: Envato Elements

Os juros longos dos Treasuries recuaram nesta sessão, com investidores digerindo os dados de varejo e indústria nos EUA, ao mesmo tempo em que mantêm as atenções a comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed). A maior percepção de risco, com o acirramento das tensões geopolíticas, também contribui para uma maior busca pelos títulos públicos americanos.

Neste fim de tarde em Nova York, o retorno da T-note de 10 anos recuava a 3,681% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,838%. Já o juro da T-note de 2 anos subia a 4,357%

As vendas no varejo nos EUA em outubro surpreenderam o mercado com um resultado acima das expectativas, o que pode dificultar os planos de desaceleração no ritmo de alta de juros pelo Fed nos próximos meses. Para o Citi, o forte crescimento do consumo em restaurantes sinaliza um risco para a inflação de serviços no curto prazo.

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Já o Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC) avalia que, apesar dos números mais fortes que o previsto, as vendas no varejo quando combinadas com o CPI divulgado na semana passada não devem inviabilizar os planos de menores aumentos de juros pelo Fed daqui pra frente. Ferramenta do CME Group aponta 85% de chance elevação de 0,50 ponto porcentual nos juros americanos em dezembro.

Hoje, a presidente da distrital de Kansas City do BC americano, Esther George, defendeu novas altas de juros, mas em ritmo menor. Postura semelhante vem sendo adotada por outros membros do Fed, como a vice-presidente da instituição, Lael Brainard e o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker.

Enquanto o varejo dá sinais de robustez, a indústria americana sinaliza estabilidade. A produção industrial encolheu 0,1% entre setembro e outubro, contrariando previsão de alta de 0,1%. Para a Oxford Economics, “demanda enfraquecida, taxas de juros mais altas e dificuldades na cadeia de suprimentos continuarão a representar desafios para a atividade industrial nos próximos meses”.

O agravamento das tensões geopolíticas e os riscos com a covid-19 na China continuam turvando o cenário macroeconômico. Depois de um míssil ter invadido, ontem, o território Polônia, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que não houve um “ataque deliberado” da Rússia ao país. Já a China continua relaxando suas políticas contra a covid-19, o que é visto por muitos analistas como um grande risco de volta dos lockdowns mais adiante, o que resultaria em novos choques sobre a cadeia global de suprimentos.

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