Os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) avançaram na sessão desta quinta-feira (12), em dia marcado pela divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos. A leitura ficou acima da expectativa de analistas, mas não alterou as perspectivas para um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na próxima semana. Por sua vez, a persistência de elementos elevados da inflação favorecem uma visão de que a autoridade deverá pausar a redução nas taxas no começo do próximo ano.
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Perto do horário de fechamento da Bolsa de Nova York às 18h00 (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 4,193%; o da T-note de 10 anos avançava a 4,327%; e o da T-note de 30 anos tinha alta a 4,552%.
Apesar da surpresa no PPI, os detalhes do relatório de novembro apoiam outro corte de juros de 25 pontos base por parte do Fed neste mês, avalia a Oxford Economics. A consultoria aponta que os preços dos bens foram o motor da leitura acima do esperado devido ao aumento dos produtos alimentares, que não deverá ser sustentado. De forma encorajadora, porém, o núcleo dos preços ao produtor registrou o menor ganho mensal desde maio de 2023, pondera.
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Por sua vez, o núcleo da inflação ao consumidor persistente ainda preocupa e deve ser apoiado pelas ameaças de tarifas e políticas expansionistas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de acordo com a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote. “Dessa forma, o rendimento dos títulos de 2 anos dos EUA está mantendo-se acima da marca de 4,10%, certamente pela ideia de que o Fed deve desacelerar os cortes nos juros no ano que vem”, explica.
Ainda hoje, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos informou que leiloou US$ 22 bilhões em T-bonds de 30 anos, com rendimento máximo de 4,535% – acima da média recente de 4,369%, de acordo com o BMO. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,39 vezes, abaixo da média recente de 2,42 vezes.