Os rendimentos dos Treasuries ficaram mistos nesta terça-feira, em meio à piora do sentimento do risco, enquanto o mercado segue atento à rodada de comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed), uma semana após a decisão de política monetária, que elevou juros em 75 pontos-base. Além disso, investidores monitoraram a divulgação de indicadores da economia dos EUA, que vieram melhor do que o esperado. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,303%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,976%, e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,861%.
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Presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que a instituição está se movendo “em um ritmo apropriadamente agressivo” na política monetária. Segundo ele, o Fed “precisa ver mais algum progresso na inflação, e não estamos vendo isso ainda”. Já o dirigente de St.Louis, James Bullard, disse que a instituição deve aproveitar para agir enquanto o mercado de trabalho está forte nos Estados Unidos. “Mais altas de juros serão necessárias nas próximas reuniões. O Fed tem habilidade para controlar a inflação em um ritmo relativamente rápido”, destacou.
O mercado também acompanhou a divulgação de indicadores forte da economia americana. As vendas de moradias novas registraram crescimento de 28,8% em agosto na comparação com julho, sendo que a previsão era recuo de 2,2%. O índice de confiança do consumidor, por sua vez, subiu de 103,6 em agosto para 108 em setembro, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Conference Board. Analistas previam alta a 104,5. “Ainda há razões para estarmos esperançosos ao terminarmos o ano”, disse Lindsey Bell, da Ally, em nota. “O consumidor continua resiliente, o mercado de trabalho é robusto e os balanços das empresas são saudáveis. Um arrefecimento da inflação pode colocar a esperança de um pouso suave de volta na mesa”, completa.
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“O fim do ciclo de aperto do Fed está à vista, a questão é quão restritivas serão as taxas. O apetite ao risco pode se manter se o Fed for visto entregando outra alta de 75 pontos-base em novembro, uma redução para meio ponto de aumento em dezembro e uma alta final de 25 pontos-base em fevereiro”, analisa Edward Moya, da Oanda.
A Oxford Economics destaca que, à medida que os bancos centrais continuam a aumentar as taxas, os rendimentos do Tesouro podem aumentar ainda mais e a pressão sobre as ações provavelmente continuará. Já o BMO comenta que chegando da sessão da noite para a manhã de terça-feira, parecia que os títulos do Tesouro haviam se desvalorizado o suficiente para obter um interesse de compra mais substancial.
*Com informações da Dow Jones Newswires