Os retornos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) recuaram nesta quinta-feira (27), depois de dados dos Estados Unidos sustentarem as expectativas por relaxamento monetário na maior economia do mundo, e também após um leilão de T-notes de 7 anos registrar procura acima da média.
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Perto das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos recuava a 4,715%; o da T-note de 10 anos tinha queda a 4,288%; e o do T-bond de 30 anos caía a 4,427%.
No início da manhã, os juros chegaram a subir, mas perderam o ímpeto após a rodada de indicadores da economia americana. A última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre apontou para um crescimento acima da expectativa, de 1,4% ao ano, enquanto a inflação do PCE também superou as expectativas, avançando à taxa anualizada de 3,4% nos primeiros três meses deste ano.
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No mercado de trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego caíram levemente acima do esperado, a 233 mil, mas os pedidos continuados subiram mais que a projeção. As encomendas de bens duráveis e as vendas pendentes de imóveis, por sua vez, superaram as projeções e indicaram uma economia ainda aquecida nos Estados Unidos.
Segundo o BMO Capital Markets, o movimento no mercado de títulos hoje demonstra que investidores identificam empecilhos ao crescimento da economia americana, por mais que os dados ainda não indiquem esta visão por completo. Enquanto isso, a instituição pontua que o mercado também se moveu em compasso de espera para os dois principais drivers da semana: o primeiro debate presidencial nos EUA, que acontece hoje, e a leitura da inflação do PCE de maio, que sai amanhã pela manhã.
“Em um ciclo eleitoral normal, descartaríamos do debate de hoje qualquer potencial movimento de mercado – mas não há nada de “normal” nas eleições deste ano”, afirma o BMO, ao pontuar que os resultados de hoje serão importantes para mensurar quanto o mercado precifica uma vitória do republicano Donald Trump.
Também hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Atlanta, Raphael Bostic, voltou a dizer que espera um corte de juros ao longo do último trimestre deste ano. Mesmo assim, ele pediu cautela e afirmou que ainda precisa de maior confiança na trajetória descendente da inflação. Durante a tarde, a diretora do Fed Michelle Bowman – conhecida como a mais hawkish do atual conselho – reiterou sua posição de que não espera cortes neste ano, e afirmou que não descarta uma possível nova elevação nas taxas, caso a inflação permaneça muito resiliente.
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Além disso, durante a tarde, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano aceleraram perdas após um leilão de US$ 44 bilhões em T-notes de 7 anos, que registrou demanda acima da média recente.