Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) cederam nesta quinta-feira (1°), com o rendimento no título de 10 anos recuando abaixo de 4% pela primeira vez desde fevereiro, após a divulgação de indicadores que sugerem enfraquecimento da economia dos Estados Unidos.
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Duas leituras do PMI industrial apresentaram queda em julho, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego subiram mais do que o esperado. As tensões geopolíticas continuaram oferecendo argumento para os investidores buscarem ativos percebidos como mais seguros, como os Treasuries.
No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos cedia a 4,166%, de 4,253% perto do fechamento da sessão do mercado acionário ontem. O da T-note de 10 anos recuava a 3,987%, de 4,050% e o do T-bond de 30 anos baixava a 4,284% de 4,339%. Os vértices de 2 e 10 anos operaram nas mínimas desde fevereiro e o de 30 anos no menor nível desde março.
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O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiu 14 mil na semana encerrada em 27 de julho, para 249 mil. O resultado ficou acima da expectativa e antecede a divulgação, amanhã, do payroll. O índice de gerentes de compras (PMI) da indústria americana medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) caiu para 46,8 em julho e contrariou a expectativa de avanço. O PMI industrial dos EUA calculado pela S&P Global recuou de 51,6 em junho para 49,6 em julho, com a leitura abaixo de 50 apontando contração na manufatura americana pela primeira vez em sete meses. O resultado, porém, superou levemente estimativa.
Após os dados, o mercado ampliou a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) abrir o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 50 pontos-base nos juros, conforme apontou monitoramento do CME Group. Apesar disso, o cenário de corte de 25 pontos-base segue o mais provável. Também houve aumento na chance de ocorrer uma baixa acumulada de 100 pontos-base este ano.
A sessão representou um rompimento significativo em direção a rendimentos mais baixos que foi desencadeado pelos pedidos de seguro-desemprego mais altos desde agosto de 2023, custos unitários de trabalho abaixo do esperado e uma atualização decepcionante do ISM – que incluiu um indicador de emprego de apenas 43,4, escreveu Ian Lyngen, da BMO Capital Markets, em nota. “A conclusão dos fundamentos de hoje foi, na melhor das hipóteses, que as tentativas da Fed para restaurar o equilíbrio no mercado de trabalho foram reforçadas e, na pior das hipóteses, o perfil de emprego dos EUA está em correção excessiva no sentido descendente”, observou o analista.