Os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) sustentavam-se em alta nesta segunda-feira (22), após uma reação volátil aos desdobramentos do quadro eleitoral americano. As taxas chegaram a cair na madrugada após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistir, no domingo, de tentar a reeleição.
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Com o quadro incerto sobre o potencial candidato democrata e sua capacidade de tirar o candidato Republicano, Donald Trump, do favoritismo nas pesquisas, as taxas voltaram a subir com o cenário de incerteza e a leitura de que a política econômica do ex-presidente pode ser fiscalmente menos responsável e mais inflacionária. Os ganhos, no entanto, foram limitados pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar juros em setembro.
Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos avançava a 4,520%, ante 4,504% perto do horário de fechamento da Bolsa de Nova York na sexta-feira. O rendimento da T-note de 10 anos subia a 4,254%, ante 4,238%, e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,474%, de 4,451%.
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A analista política internacional da XP, Sol Azcune, disse, em live nesta tarde, que o cenário base de eleição nos EUA de Trump não se altera com a saída de Biden da disputa. A analista vê como pequena a probabilidade de a vice-presidente, Kamala Harris, não ser chancelada como a candidata substituta.
“A situação incomum e a falta de precedentes históricos modernos levam-nos a ter a mente aberta sobre uma ampla gama de possíveis resultados eleitorais em novembro”, escreveram analistas do Wells Fargo em relatório. Em relação às implicações do quadro para o rumo da taxa de juros, o banco manteve a sua previsão de que o nível da taxa dos Fed Funds será reduzido em 25 pontos-base em setembro, com outro corte em dezembro.
Nesta semana, os dirigentes do Fed entram em período de silêncio antes da reunião de política monetária do final de julho. Investidores vão monitorar a leitura de junho do índice de preços com gastos com consumo (PCE), a métrica inflacionária preferida do Fed.