As taxas projetadas nos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram com força nesta terça-feira (12), após detalhes do dado de inflação nos Estados Unidos mostrarem continuidade do processo de desinflação, mas com uma trajetória lenta. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou em linha com as expectativas, enquanto o núcleo superou levemente as projeções, o que gerou um recuo na expectativa de redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) nos próximos meses.
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Às 17h (de Brasília), o yield da T-note de 2 anos subia a 4,593%, ante 4,536% na sessão anterior. Já o da T-note de 10 anos avançava a 4,155%, de 4,096% no pregão passado. O do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,311%, ante 4,261% no fim da segunda-feira.
O CPI subiu 0,4% em fevereiro ante janeiro, em linha com a mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast. O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, também avançou 0,4% na comparação mensal de fevereiro, superando o consenso do mercado, de ganho de 0,3%.
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“O resultado do CPI deu uma azedada. No mês, a inflação teve efeito de alimentação bastante incômodo. Mesmo tirando alimentação, continua incômodo. O núcleo de 0,4% do mês não é confortável”, disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Para o economista, um ponto desconfortável é que os serviços, menos as despesas de moradia (aluguel imputado), em doze meses, acelerou em base anualizada, ainda que tenha ficado de lado no mês. E o grupo de serviços segue como o vilão, fazendo com que o adiamento da data esperada de início de alívio da taxa básica seja absolutamente consistente. “Mas o decisivo vai ser a atualização das projeções de inflação dos membros do Fomc”, observou Gonçalves.
Para os analistas do ANZ, o CPI não altera, materialmente, a visão de que há um processo de desinflação nos EUA, ainda que ele siga lento, segundo relatório.
No fim da tarde, a probabilidade de manutenção da taxa básica de juros pelo Federal Reserve em junho era de 32,1%, ante 28,4% ontem. A probabilidade de corte de 25 pontos-base (pb) era de 59,7%, ante 59,6% ontem. A aposta em alívio mais acentuado de 50 pontos-base estava em 8,1%, abaixo do patamar de 11,9% registrado ontem, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch do CME Group.