A Ambipar (AMBP3) comunicou na noite de sexta-feira (9) que fundos da Trustee aumentaram a sua participação acionária na empresa. Agora a gestora alcançou 15,03% do capital social da companhia, o equivalente a 25.117.800 ações. Rumores apontam que, nos bastidores da casa, está o megaempresário Nelson Tanure, conhecido por suas estratégias de investimento mais agressivas.
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Em correspondência enviada à Ambipar, a Trustee aproveitou para reiterar o desejo de indicar dois novos membros para integrar o conselho de administração da empresa. “Oportunamente, também enviaremos um novo comunicado para a companhia para indicação dos nomes, bem como solicitação de Assembleia Geral Extraordinária de Cotistas para deliberarem sobre o tema”, reforçou a gestora.
Ao final da carta, a casa também informou que ainda não celebrou contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela companhia.
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Essa foi a terceira vez em um período de dois meses que a Trustee anunciou aumento de participação na Ambipar. O primeiro comunicado ao mercado foi enviado em 12 de julho, quando fundos da gestora passaram a deter 11.030.300 ações da empresa, o que corresponde a 6,60% do capital social. À época, a casa sinalizou que o movimento representava “um estudo estratégico visando apurar a possibilidade de eventual intenção na participação do conselho de administração da companhia”.
Cerca de duas semanas depois, em 25 de julho, a Ambipar indicou uma nova movimentação da Trustee: os fundos casa atingiram uma participação de 11,03% no capital social, passando a deter 18.419.100 ações da companhia. Em comunicado, a gestora seguiu reforçando o desejo de recomendar nomes para o conselho da empresa de gestão ambiental. “Aproveitamos para reiterar nossa intenção na indicação de um ou mais membros para compor o conselho de administração da companhia”, disse.
Agora a Trustee, com 15,03% do capital social da Ambipar, está mais próxima de realizar o seu desejo e indicar nomes ao conselho. Nos corredores da companhia, conforme mostramos nesta reportagem, o aumento de posição da gestora foi visto de forma positiva. O pensamento é de que a experiência da casa pode ajudar no plano de desalavancagem da empresa e melhorar a sua estrutura de capital.
Quem também ampliou sua participação na empresa recentemente foi o CEO da Ambipar, Tércio Borlenghi Junior. No dia 10 de julho, a companhia comunicou ao mercado que o executivo atingiu o montante de 122.165.450 ações, correspondentes a, aproximadamente, 73,135% do capital social total e votante.
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Em correspondência, Borlenghi explicou que a aquisição teve como objetivo reforçar o seu compromisso no investimento na companhia. Também pontuou que a operação não almejava alterar a estrutura administrativa da Ambipar, já que ele já era o acionista controlador da empresa. “A operação foi apenas uma consolidação do controle em um momento em que as condições de mercado pareceram favoráveis”, afirmou.
Fabiano Vaz, sócio e analista de ações da Nord Research, explica ser difícil prever se os dois grandes players – Borlenghi e Trustee – vão continuar aumentando suas posições na empresa. “A gente não tem ideia sobre aonde eles querem chegar com isso. Mas o Borlenghi tem uma trave, a partir do momento que ele atinge uma certa posição, ele precisa abrir uma oferta pública de aquisição de ações (OPA)”.
Nesta segunda-feira (12), os papéis da Ambipar terminaram a sessão em alta de 12,25% a R$ 109,28, após oscilarem entre máxima a R$ 115,30 e mínima a R$ 97,35. No acumulado de 2024, os ativos avançam mais de 560%. Confira nesta matéria até onde as ações devem subir daqui para frente.