O UBS BB rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer (EMBR3) de neutro para venda. Para os analistas, o mercado pode estar sendo “excessivamente otimista”, enquanto os números de 2025 da fabricante podem decepcionar.
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No entanto, o preço-alvo para as ADRs (American Depositary Receipts, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) foi elevado de US$ 29 para US$ 32. A mudança reflete uma elevação no múltiplo valor da empresa/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 7,6 vezes para 8 vezes diante dos pesos no valuation (valor do ativo) consolidado. Contudo, o novo preço ainda representa uma queda de 15,6% ante o último fechamento.
A equipe do banco argumenta que existem basicamente dois tipos de investidores de Embraer: locais e estrangeiros. No primeiro caso, são motivados por resultados de curto a médio prazo.
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“Os investidores locais têm altas expectativas para 2025, mas somos mais conservadores”, afirmam, destacando que projetam um Ebitda de cerca de US$ 790 bi para o ano que vem, 6% abaixo da média do mercado.
Já os investidores estrangeiros, que focam no longo prazo, acreditam que a Embraer teria muito potencial ao se juntar ao duopólio da Airbus e Boeing no mercado de aeronaves de fuselagem estreita com mais de 150 assentos.
“Embora pensemos que seja possível, não achamos provável. Os requisitos de capex, o balanço patrimonial e a cadeia de suprimentos são as principais barreiras para a Embraer”, escrevem Alberto Valerio, Rafael Simonetti e Andressa Varotto.
E2 e C-390
Os analistas complementam que possuem uma visão mais conservadora do que o mercado sobra a demanda de E2s diante da competição com a Airbus. A presença global mais ampla da fabricante americana, portfólio de ativos e experiência em cadeia de suprimentos são citados como os principais diferenciais em relação à Embraer.
Sobre o C-390, os especialistas também seguem conservadores principalmente devido aos histórico de pedidos “sem brilho”. A equipe do UBS BB destaca que, em 2011, antes do lançamento da aeronave a Embraer anunciou que acumulou 60 declarações formais de intenção. Contudo, até o momento, apenas 37 pedidos firmes de foram registrados.
“Discussões para pedidos em massa, que podem mudar a perspectiva do segmento, não são esperadas em curto prazo”, afirmam.
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