

A venda do braço de transmissão pela Equatorial (EQTL3) para o fundo de pensão canadense CDPQ deve propiciar ao grupo brasileiro uma redução da alavancagem, além de abrir oportunidade para maior alocação de capital tanto em suas atuais concessões quanto em aquisições, nos segmentos de distribuição e saneamento. A avaliação é da equipe de análise do Goldman Sachs, que também não descarta potencial pagamento de dividendos ou programa de recompra de ações.
De acordo com os analistas Bruno Amorim, Guilherme Bosso e Guilherme Costa Martins, a operação, no valor total de R$ 9,4 bilhões, permitirá a redução da alavancagem para 2,8 vezes, ante as 3,3 vezes dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) anotadas no encerramento de 2024 (pela metodologia de covenant).
Com isso, seria possível para a empresa aplicar mais recursos nas distribuidoras do grupo que passam por um rápido crescimento e avaliar novas oportunidades nos dois segmentos em que a Equatorial seguirá atuando – distribuição de energia e saneamento. Os analistas lembram que estão previstos nove leilões de saneamento nos próximos dois anos, com estimativa de demanda por investimento de R$ 90 bilhões.
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Pelos cálculos de Amorim, Bosso e Martins, o valor anunciado da venda implica um múltiplo de 9,5 vezes o Valor da Empresa/Ebitda estimado para 2025, em linha com o valor atribuído ao negócio pela equipe.
Com a operação, a Equatorial deixa o segmento de transmissão, concluindo um ciclo que o trio classificou como “muito lucrativo”, tendo em vista a taxa interna de retorno (TIR) real de 36%.
Eles lembraram que a empresa entrou no segmento em 2016/2017, quando arrematou lotes em leilão com Receita Anual Permitida (RAP) atraentes. Naquele momento, comentaram citando relato da administração, o custo médio ponderado de capital (WACC, na sigla em inglês) era maior e a competição era menor em relação aos últimos certames.