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Venda de celulares deve enfrentar um 2023 complicado

Mercado brasileiro de celulares já vendeu 6,93% menos aparelhos em 2022 do que em 2021

Venda de celulares deve enfrentar um 2023 complicado
Foto: Envato Elements

As vendas de celulares neste ano devem ficar estáveis ou até mesmo cair em relação ao ano passado, quando esse mercado já fechou em baixa, de acordo com a consultoria IDC, especializada em tecnologia.

“Os números de 2022 indicam que o ano de 2023 será bastante desafiador para venda de smartphones, principalmente no primeiro semestre. Então o resultado das vendas deve ser próximo ou inferior ao que ocorreu em 2022”, estimou a analista do IDC, Andreia Chopra, em nota divulgada à imprensa.

O mercado brasileiro de celulares vendeu 6,93% menos aparelhos em 2022 do que em 2021, totalizando 42,6 milhões de unidades. Isso significa que 3,2 milhões de unidades vendidas a menos. Em termos financeiros, o setor faturou 1,74% menos, chegando a R$ 77,09 bilhões. Os dados fazem parte do estudo divulgado hoje pela consultoria.

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A razão para a queda nesse mercado foi decorrente da desaceleração da economia brasileira e dos impactos da pandemia, com a renda da população ainda comprimida e o encarecimento de componentes dos aparelhos.

Com isso, as vendas de celulares mais novos ficaram abaixo das expectativas no ano passado, mesmo com o apelo da ativação da internet móvel de quinta geração (5G) nas capitais.

“Embora as vendas em lojas físicas tenham sido maiores em 2022 (do que em 2021, quando muitos espaços ainda estavam fechados), o consumidor priorizou modelos mais simples e antigos frente aos lançamentos, fazendo com que o volume de aparelhos 5G vendidos ficasse abaixo das expectativas”, afirmou Andreia Chopra.

Do total de 42,6 milhões de celulares vendidos no ano passado, 40,7 milhões são do tipo smartphones (redução de 6,3%) e 1,9 milhão são de modelo simples, que basicamente só faz chamadas (baixa de 18,3%).

Em relação aos preços médios dos aparelhos, os smartphones ficaram 5% mais caros em 2022, com valor médio em R$ 1.887,00. “A queda no volume de unidades vendidas em 2022 impediu que as receitas fossem maiores do que no ano anterior, mesmo com os aparelhos custando mais”, ressaltou a analista.

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O estudo do IDC também apurou uma queda no mercado cinza, que envolve produtos contrabandeados. Aqui são itens originais, mas que entraram ilegalmente no Brasil. A estimativa é que o setor tenha movimentado vendas de 2,7 milhões de aparelhos, redução de 24,6%.

“O resultado indica que o consumidor procurou mais segurança nas compras e, já que não dispõe de grandes condições para realizar uma troca de aparelho, a possibilidade de adquirir um produto com garantia pode ter sido um dos critérios que fizeram a diferença”, explicou Andreia Chopra.

Resultados do quarto trimestre de 2022

O mercado de celulares mostrou uma piora mais acentuada no fim do ano passado. As vendas no quarto trimestre de 2022 tiveram baixa de 14,4% ante o mesmo período de 2021, para 9,6 milhões de unidades. Em termos de receita, o recuo foi de 21,5%, para R$ 16,8 bilhões.

Os produtos na faixa de preço entre R$ 1.000 e R$ 1.299 foram os mais vendidos, representando 25,12% do volume total de vendas de smartphones. “Nesse período, os fabricantes aumentaram a disponibilidade de aparelhos com preço médio acima dos R$ 1.000 com a expectativa de que o consumidor pudesse ter maior disponibilidade para investir em um modelo mais atualizado nas compras de final de ano”, avaliou a analista da consultoria.

Alento

Neste ano, a continuidade na ativação do 5G em mais localidades deve estimular as vendas de celulares mais modernos, contrabalanceando os demais fatores negativos da economia brasileira.

Na visão do IDC, as vendas dos aparelhos 5G devem permanecer em crescimento contínuo durante o ano de 2023, dando sequência aos resultados do final de 2022. “O consumidor brasileiro já demonstra que o 5G é um critério relevante na escolha do seu próximo smartphone, mas o valor desse aparelho deverá prioritariamente estar de acordo com sua capacidade de pagamento”, explicou a analista.

Por fim, a IDC avalia que o abastecimento de componentes deve seguir normalizado ao longo do ano. A falta de componentes teve impacto no primeiro semestre de 2022, mas o mercado conseguiu se recuperar, e o abastecimento foi normalizado durante o restante do ano.

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“Devido a uma retração no mercado mobile, tanto a nível nacional quanto global, o abastecimento de componentes não deverá ser um problema em 2023 e, consequentemente, não deverá impactar a produção e distribuição dos dispositivos”, estimou a analista.

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