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Bolsa de Valores no RJ? Vereadores aprovam proposta que incentiva projeto

No X, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, comemorou a decisão que incentiva uma nova Bolsa na cidade

Bolsa de Valores no RJ? Vereadores aprovam proposta que incentiva projeto
A Câmara do Rio aprovou uma proposta que cria condições tributárias para a instalação de uma Bolsa na cidade Foto: Envato Elements

A B3 pode estar prestes a ganhar uma concorrente. Isso porque a Câmara do Rio aprovou na terça-feira (25) o Projeto de Lei 3.276/2024, de autoria conjunta dos Poderes Executivo e Legislativo, que cria condições tributárias para a instalação de uma Bolsa de Valores na cidade. A medida reduz o valor do Imposto Sobre Serviços (ISS) para atividade de Bolsa, mercadorias e futuros, passado de 5% para 2%.

O objetivo é incentivar o retorno do mercado carioca de ações, de forma a competir com a B3, sediada em São Paulo, atraindo empresas que operam com capital aberto a se instalarem no Rio. “A expectativa é de que, na virada deste ano para 2025, nós tenhamos a Bolsa carioca operando, atraindo diversas empresas que vão buscar um custo menor. Tenho certeza que nós vamos retomar o que acontecia na década de 1970 e 1980, onde o Rio de Janeiro rivalizava de igual para igual com São Paulo no que diz respeito ao mercado financeiro”, destacou o líder do governo carioca, vereador Átila Nunes (PSD-RJ), após a aprovação do projeto, que havia sido encaminhado à Câmara Municipal no início de junho.

Em sua conta no X (antigo Twitter), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD-RJ), comemorou a decisão, mencionando o perfil “Faria Lima Elevator”, que faz comentários bem-humorados sobre o mercado financeiro brasileiro. “Faria Lima a festa está acabando! Ninguém segura o Rio!”, brincou o prefeito. “Ah! E o beach tennis aqui é na praia de verdade hein… Ah! E prometo não mandar um Naji Nahas para aí!”.

O empresário Naji Nahas citado por Paes foi tido como o responsável pela quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) em 1989. Conhecido por realizar operações financeiras ultraespeculativas, o executivo buscou concentrar negócios no mercado futuro de opções da BVRJ. No entanto, o volume de negócios e os preços das ações da Bolsa caíram fortemente quando esse movimento foi interrompido, após a suspensão do financiamento para compra e venda de ações. Com isso, a BVRJ quase entrou em colapso ao ter de honrar as posições assumidas por Nahas.

Na época, o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou o empresário administrativamente a uma multa de R$ 10 milhões e o proibiu de voltar a operar no mercado. No entanto, Nahas acabou sendo absolvido mais tarde pela Justiça comum. Já a BVRJ teve suas atividades encerradas em 2000, sendo incorporada pela atual B3.

Nos últimos meses deste ano, porém, têm surgido iniciativas de empresas no sentido de abrir uma nova Bolsa de Valores na capital carioca. Um exemplo é o da Americas Trading Group (ATG), companhia da gestora de recursos Mubadala Capital, de Abu Dhabi, que quer atrair grandes investidores institucionais para lançar uma nova instituição do gênero, cujo funcionamento deve começar a partir do segundo semestre de 2025.

A informação sobre a empreitada foi publicada primeiro na coluna do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, no começo de março, e posteriormente confirmada pelo Broadcast. A ideia é que o projeto, que ainda depende da aprovação das autoridades reguladoras, seja tocado pelo atual presidente da ATG, Claudio Pracownik, executivo com passagens pela Ágora Investimentos e pela Genial.

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