Influenciadores reagem ao veto do BC à compra do Banco Master pelo BRB e alertam sobre CDBs
Primo Rico, Marilia Fontes e Economista Sincero analisam impacto da decisão do Banco Central, que protege o BRB, mas aumenta incertezas para investidores do Master
Influenciadores repercutem sobre veto do Banco Central à venda do Banco Master para o BRB (Foto: montagem com fotos de divulgação do Instagram)
O veto do Banco Central (BC) à compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) segue repercutindo não apenas no mercado financeiro, mas também entre influenciadores digitais que falam diretamente ao investidor pessoa física. As reações refletem tanto a preocupação com a solidez do sistema quanto dúvidas práticas sobre o futuro dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Master.
Logo após a notícia, Thiago Nigro, o Primo Rico, manifestou preocupação com a gravidade do caso. “Será que agora o Banco Master vai quebrar de vez? Que loucura o que está acontecendo!”, comentou. Ele explicou que existem dois fatores que podem estar por trás da decisão do BC: a ligação de alguns sócios do banco à 3, deflagrada pela Polícia Federal, e a estratégia de captação via CDBs muito acima da média do mercado.
Segundo Nigro, esses papéis atraíam investidores justamente porque ofereciam rendimentoselevados – mas, por trás deles, havia ativos de empresas em dificuldades financeiras. Ele alerta:
Se o banco Master quebrasse, o FGC teria que resgatar todo mundo.
De acordo com o influenciador, o balanço de 2024 mostrou que o Master tinha R$ 49,8 bilhões em CDBs emitidos, enquanto o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) conta com cerca de R$ 107 bilhões. Ou seja, embora houvesse cobertura, um resgate dessa magnitude seria um teste de estresse para o sistema.
Marilia Fontes, mestre em economia pelo Insper e cofundadora da Nord Investimentos, também reforçou os riscos que o BRB poderia enfrentar caso a compra tivesse sido aprovada.
“O Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo BRB. Isso muda bastante as coisas, né? Porque se o BRB fosse comprar uma parte do Banco Master… seria ruim para o BRB. Pioraria muito o crédito, trazendo mais instabilidade no banco, mas seria um bote de salvação para o Master”, explicou.
Para ela, a decisão do BC acabou protegendo o BRB, ainda que tenha deixado o Master numa situação delicada.
Tenho os CDBs do Master, e agora?
As dúvidas sobre os CDBs também apareceram nas falas de Charles Mendlowicz, o Economista Sincero. Respondendo a uma seguidora, ele destacou que quem investiu respeitando os limites do FGC não precisa se desesperar. “Tenho CDB do Banco Master: ‘tô’ ferrada ou há esperança? Há esperança, mas depende da quantidade que você comprou”. Ele acrescenta:
Se você ficou dentro de um determinado limite [há esperança]. Por exemplo, muita gente compra R$ 250 mil, por causa da garantia do FGC, só que esqueceu de fazer as contas dos juros.
Ele lembrou que os ganhos acima do valor principal — como os juros acumulados — podem não estar totalmente cobertos, o que exige atenção do investidor.
Entre as reações, fica evidente consenso sobre dois pontos: o veto foi uma medida preventiva para proteger o sistema, mas abriu uma fase de incertezas para o Banco Master e para os investidores de seus CDBs. Enquanto isso, o BRB, que chegou a ser visto como o possível “bote salva-vidas” do Master, evita assumir um passivo que poderia comprometer sua própria solidez.