Rejeição da proposta de compra do Master pelo BRB ganha destaque no Ibovespa em dia de prévia do payroll. (Foto: Adobe Stock)
A decisão do Banco Central (BC) de barrar a venda de parte do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB) segue reverberando no mercado financeiro, mas os efeitos sobre os grandes bancos listados em bolsa são limitados. Às 13h32 desta quinta-feira (4), os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) registravam queda de 0,08%, os do Banco do Brasil (BBAS3) recuavam 0,79%, enquanto a ação do Bradesco (BBDC4) subia 1,27%, Caixa Seguridade (CXSE3) operava em estabilidade e BTG Pactual (BPAC11) tinha alta de 1,40%.
O recado principal da autarquia foi de rigor técnico. “O Banco Master possui sérios problemas em relação aos seus ativos, principalmente em precatórios com baixa liquidez. Determinar o valor real desses papéis é muito difícil. O BC foi correto em não autorizar a venda”, afirmou Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval. Para ele, o veto reforça a solidez do sistema como um todo, afastando receios de risco sistêmico.
Entre os bancões, o impacto tende a ser restrito. Segundo Gustavo Bertotti, head de renda variável da Fami Capital, Bradesco e BTG foram favorecidos pela leitura de que o BC mantém vigilância regulatória sobre operações arriscadas. “Esses papéis são impulsionados pelo avanço da regulação do Banco Central sobre as fintechs, o que deixa a concorrência mais equilibrada no setor”, explica.
Já o Banco do Brasil enfrenta uma pressão distinta, ligada ao cenário político externo. A instituição sofre com as incertezas de possíveis sanções dos Estados Unidos por conta da Lei Magnitsky, que reacenderam preocupações de investidores. Isso ajuda a explicar a queda de 0,64% no papel nesta sessão.
No caso do Itaú, a movimentação negativa reflete mais um ajuste técnico do que fundamentos. “O banco passa por realização de lucros após ganhos recentes”, avalia Bertotti. Para analistas, o Itaú segue sólido.