A XP mantém uma visão cética em relação aos fundamentos de crescimento do mercado de planos de saúde, depois de analisar os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) referentes a dezembro e ao quarto trimestre sobre os beneficiários de planos de saúde e odontológicos. Apesar disso, a corretora destaca que a perda líquida trimestral de beneficiários da Hapvida (HAPV3) ficou abaixo do esperado, o que considera ligeiramente positivo, apesar de não ser um fator que deve mover significativamente o preço da ação.
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A Hapvida adicionou 33 mil vidas em um mês, mas perdeu 57 mil no quarto trimestre. O resultado mensal positivo veio das operadoras originais da Hapvida (+28 mil no mês), enquanto as operadoras legadas do NotreDame Intermédica (NDI) conseguiram manter a sua base de planos de saúde (+5 mil).
“Notamos uma menor taxa mensal de cancelamentos tanto das operadoras legadas do NDI quanto da Hapvida (2,9% e 1,5%, respectivamente), o que nos leva a supor que as negociações de contratos desaceleraram no mês. Uma vez que esperávamos uma perda de 80 mil beneficiários no trimestre, vemos o número de -57 mil beneficiários como ligeiramente positivo, mas ressaltamos que este número pode diferir dos que serão divulgados pela empresa e atualmente, as maiores preocupações do mercado em relação à empresa são relacionadas a melhorias de sinistralidade”, ressaltam os analistas Rafael Barros e Raphael Elage.
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A XP diz ainda que: o mercado de planos de saúde fechou o trimestre com números positivos trazidos principalmente por planos corporativos; Medicina de Grupo e Seguradoras foram as principais fontes de crescimento no período; o crescimento veio de diferentes praças ao longo do mês, enquanto o desempenho positivo do Rio de Janeiro (RJ) em dezembro quase compensou totalmente o seu desempenho negativo dos dois meses anteriores; Hapvida entregou adições líquidas positivas no mês, fechando o trimestre ligeiramente melhor do que o esperado; e o mercado de planos odontológicos adicionou 840 mil beneficiários no quarto trimestre, com a Odontoprev (ODPV3) acompanhando o desempenho positivo do mercado.
Mais de 51 milhões de beneficiários
Entrando em detalhes, o relatório observa que o mercado de planos de saúde adicionou 150 mil beneficiários em um mês (+219 mil no quarto trimestre), ultrapassando 51 milhões de beneficiários, principalmente devido ao sólido desempenho dos planos corporativos (92% do total de adições líquidas), em conjunto com algum impulso vindo de outros tipos de contratos. Ainda assim, em uma base trimestral, os planos corporativos foram a única fonte de crescimento no período (+273 mil). Em dezembro, Medicina de Grupo foi o destaque positivo, superando as Seguradoras ao longo do quarto trimestre (+148 mil e 101 mil, respectivamente), enquanto as outras modalidades se mantiveram praticamente estáveis no mês. Assim, a casa diz que os dados “fecharam o ano com o pé direito”.
Mudança de tendência
Com exceção do RJ, todas as regiões acompanhadas pela XP encerraram o trimestre com desempenho líquido positivo, embora o desempenho positivo do RJ no mês – adicionando 42 mil vidas, mesmo com a perda líquida de 17 mil beneficiários da Unimed Rio – tenha compensado parcialmente os resultados ruins de outubro e novembro.
O Sudeste foi responsável por aproximadamente dois terços do desempenho do setor em dezembro e metade do total de adições líquidas no quarto trimestre.
Além disso, outras regiões também apresentaram números positivos no mês, encerrando o trimestre com adições líquidas positivas.
Potencial dos planos odontológicos
Os planos odontológicos aumentaram em 288 mil beneficiários no mês e 840 mil no quarto trimestre, “demonstrando mais uma vez o seu sólido potencial e ritmo de crescimento”, segundo a XP. A Odontoprev adicionou 8,4 mil beneficiários no mês (+77 mil no quarto trimestre), principalmente devido ao desempenho positivo no Nordeste.