Em relatório do time de Macro Research, a XP aponta para um mercado relativamente equilibrado, sobre uma ponte “de gelo fino”, que levará até as eleições de 2026. Na visão dos economistas da casa, 2025 será um período com inflação acima da meta, dívida pública em alta e menor crescimento da economia.
A projeção da XP para a taxa Selic foi ajustada para 15,50% ao final do ano, com o Banco Central diante de um tom mais duro, até agora, na condução da política monetária. O banco espera altas de 1, 0,75 e 0,50 pontos nas próximas três reuniões do Comitê de Política Monetária. “O Copom poderá interromper o ciclo mais cedo do que esperamos se a taxa de câmbio se estabilizar e a desaceleração econômica se intensificar”, ponderam os economistas.
Neste sentido, eles projetam um avanço de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, após aumento (projetado) de 3,6% em 2024. Na visão do time, a atividade deverá continuar a arrefecer em 2026, com PIB crescendo a 1% no ano eleitoral, “em meio aos efeitos defasados da política monetária contracionista”.
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A inflação também segue como uma preocupação central. A projeção da XP para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 foi mantida em 6,1%, acima do centro da meta. Somente em 2026, com os impactos da política monetária fazendo efeito, a inflação deve desacelerar para 4,5%.
Incertezas elevadas com EUA
Nos Estados Unidos, a perspectiva de juros elevados também se mantém. Com o crescimento sólido e uma inflação que ainda preocupa, o Federal Reserve não deve reverter sua política restritiva em 2025. A decisão de Donald Trump de adiar o aumento das tarifas de importação aliviou temporariamente o ambiente global, mas as incertezas seguem elevadas. Para o Brasil, isso significa menor espaço para cortes na Selic no curto prazo e um impacto contínuo sobre o crescimento econômico.
Os economistas da XP acreditam que os fatores que sustentaram a valorização recente do real frente ao dólar, hoje variando abaixo dos R$ 6, ainda apresentam bases frágeis. Em meio à alta volatilidade, a projeção é de que a moeda americana termine o ano cotada a R$ 6,20 e em R$ 6,40 ao final de 2026.
Essa previsão da XP é baseada na avaliação de que a dívida pública brasileira vai continuar a subir em ritmo acelerado, mesmo com o governo demonstrando mais facilidade em atingir a meta de resultado primário do arcabouço fiscal. Os economistas projetam uma dívida pública de 76,1% do PIB para 2024, de 80,3% para o final de 2025 e de 83,9% para 2026.
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