O tracker da XP Investimentos para o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano aponta para um crescimento de 1,3%, na comparação com o último trimestre de 2022. Para o ano de 2023, a estimativa da corretora é de alta de 1,4% para o PIB. As informações estão em relatório sobre os dados do volume de vendas do varejo em março.
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Nesta leitura, o conceito restrito do varejo teve alta de 0,8%, acima do teto das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,5%. A mediana das projeções apontava para queda de 0,2% na margem. No conceito ampliado, o resultado do mês também superou o teto das estimativas, que era de alta de 1,0%, com mediana negativa de 0,5%.
“Conforme temos argumentado, o consumo das famílias vem mostrando resiliência recentemente”, destaca o economista da XP Rodolfo Margato, que assina o relatório. “A recuperação dos salários reais, as maiores transferências de renda do governo e o recuo da inflação de alimentos e bens industriais fornecem suporte ao varejo doméstico no curto prazo”, acrescenta o analista. Para Margato, esses fatores, ao menos por enquanto, estão contrabalançando as condições de crédito mais apertadas e o endividamento das famílias.
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No conceito ampliado da PMC de março, Margato destaca a quinta alta consecutiva na margem da abertura de Veículos, motocicletas, partes e peças (3,7%). Já no varejo restrito, o economista cita que o aumento mais forte do que o esperado de Equipamentos e materiais para escritório (7,7% na margem) “explica boa parte da surpresa altista”.
Segundo o analista, contudo, os efeitos das recentes mudanças metodológicas do IBGE, com destaque para a estrutura de ponderação dos ajustes sazonais, também precisam ser levados em conta na análise dos dados do varejo. “Esses fatores explicam, ainda que parcialmente, a diferença (enorme) entre o resultado observado e as estimativas para o varejo total”, afirma. A projeção da XP é de crescimento “ao redor de 2,5%” para o varejo ampliado em 2023 e de alta de “cerca de 2,0%” para o conceito restrito.