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“A volatilidade foi elevada diante da intensificação das preocupações com a guerra comercial em meio a choques tarifários e incertezas geopolíticas – movimento que depois perdeu força com a reversão de algumas medidas e uma retórica mais branda (dovish) do Federal Reserve, diante de dados econômicos mais fracos”, disse a equipe de analistas liderada pelo estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira.
Segundo a corretora, o mercado brasileiro superou seus pares globais no último trimestre. Esse desempenho ocorreu principalmente devido a um movimento de rotação de capital para fora dos Estados Unidos (EUA) em direção aos mercados emergentes, com fortes entradas de fluxo estrangeiro e um dólar mais fraco, o que levou o índice DXY a cair 7,0% no período.
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A XP ressaltou que, desde o início de julho, as estimativas de lucro por ação (LPA) foram revisadas para baixo em 8,66% para 2025 e 6,55% para 2026. Em termos trimestrais, as projeções para os próximos trimestres deste ano também caíram: 15,09% no segundo, 12,82% no terceiro e 9,94% no quarto. Por setor, segundo a XP, as revisões de lucro no último mês foram mistas, com o setor de energia registrando a maior elevação, de 15,47%. Por outro lado, o setor de Consumo Básico teve as revisões mais negativas, com queda de 2,00%.
“Vale destacar que, de acordo com nosso relatório mais recente de posicionamento dos fundos de ações, a exposição estimada dos fundos ao setor de Saúde caiu 3,23 pontos porcentuais (p.p). nos últimos 30 dias, apesar das revisões positivas de 5,01%”, informou a XP. “Já a exposição ao setor de varejo aumentou 1,07 p.p. no mesmo período, mesmo com os setores de Consumo Discricionário e Bens de Consumo Básico sendo os setores que apresentaram as maiores revisões negativas, com queda de 0,62% e de 2,00%, respectivamente.”
Segundo a XP, de forma geral, o consenso de mercado aponta para um trimestre forte, com crescimento de receitas, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) e lucro líquido. Em relação a igual período do ano passado, o mercado projeta expansão das empresas do Ibovespa em todos os três principais indicadores. O Ebitda deve aumentar 8,16%, o lucro por ação subir 30,25% e a receita líquida avançar 13,33%.
“Esse crescimento reflete uma combinação de bases de comparação mais fáceis e uma melhora inesperada no cenário macroeconômico doméstico, com crescimento econômico robusto aliado à desaceleração da inflação de curto prazo. Para 2025, nosso time de economia espera a Selic permanecendo em 15% e uma desaceleração da atividade econômica”, disse a XP em relatório.
Segundo a corretora, quando se avaliam os setores domésticos, o ambiente desafiador continua para as empresas brasileiras, com juros elevados, ruídos fiscais e políticos persistentes e um pano de fundo global incerto.
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“Nesse contexto, o guidance das companhias deverá ser um dos principais focos de atenção dos investidores daqui para frente”, disse a XP. “O mercado precifica um ambiente de risco equilibrado – com o spread de volatilidade sinalizando que não se trata de uma temporada com forte convicção para stock picking, nem de pânico devido ao cenário macro – mas sim de uma temporada de resultados cautelosa, em meio a um cenário político ruidoso.”
A XP reitera que, das 150 empresas sob sua cobertura, as expectativas são positivas: há previsão de crescimento de lucros em quase todos os setores, com destaque para as cíclicas domésticas e desempenho mais fraco para as commodities. “Os dados consolidados indicam crescimento de 8,2% na receita líquida e uma leve queda de 0,2% no EBITDA em relação ao segundo trimestre de 2024.”
Entre os setores, a corretora espera que o de telecom registre avanço no pós-pago e expansão de margem. Para o de saúde, projeta-se resiliência de receita e possível surpresa de alta de 6,3% na reação das ações pós-resultados. Já para as construtoras, a expectativa é de salto operacional, com reação positiva de 3,8% em relação à média histórica. No varejo, as farmácias regionais e as redes de vestuário de renda média devem liderar os ganhos da categoria, e os resultados de Alpargatas e Lojas Renner podem surpreender no período.
Já os setores sob pressão, segundo a XP, são os de transporte e agronegócio, que podem repetir o desempenho fraco do primeiro trimestre. As empresas expostas à guerra comercial com os Estados Unidos devem enfrentar questionamentos sobre o impacto das tarifas, caso das companhias de bens de capital.
“No setor de educação, a base de alunos impulsiona a receita. Devido à relevância das operações presenciais na composição dos resultados das companhias, o segundo trimestre geralmente reflete os números de captação do primeiro trimestre de cada ano. Para este trimestre, acreditamos que o desempenho da linha de receita das empresas deve seguir a evolução recente da base de aluno”, disse a XP, ressaltando que a Cogna e a Yduqs devem ter viés positivo.
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Nos bancos, segundo a XP, há tendência de compressão da margem financeira devido à Selic, mas a queda da inadimplência alivia as provisões. “A temporada de resultados do período deve refletir um ambiente operacional mais brando – mas ainda resiliente – após um forte primeiro trimestre. De forma geral, vemos o segundo trimestre como uma extensão das tendências observadas no primeiro trimestre, mas já com sinais iniciais de aumento na inadimplência.”
Em Siderurgia e Mineração, o foco do setor, de acordo com o relatório da corretora, é a demanda chinesa e os custos, sendo a Gerdau o principal ativo (top pick) da XP.
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