Mais uma vez, o que se vê são mercados oscilando sem uma direção única nesta manhã de terça- feira, refletindo os anseios dos investidores relacionados à decisão de juros da maior economia do mundo, amanhã. Em meio a este ambiente, os índices futuros de Nova York mostram um ligeiro viés de queda, enquanto a maioria das bolsas da Europa parece tentar se ajustar às quedas da véspera, subindo levemente agora cedo. Por falar de juros, do outro lado mundo, a Bolsa de Tóquio subiu após o Banco do Japão (BoJ) elevar juros pela primeira vez em 17 anos, depois de mantê-lo negativo em 0,1% por mais de oito anos, além de eliminar seu instrumento de controle da curva de juros e apontar que o cumprimento sustentável e estável da meta de inflação de 2% está próximo.
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Em outros mercados, o dólar opera em alta frente às principais divisas globais, sobretudo em relação ao iene, os juros dos Treasuries recuam levemente, os contratos futuros do petróleo caem, em uma provável
correção técnica, depois de avançarem quase 2% e atingirem os maiores níveis em quatro meses na sessão anterior, enquanto os preços futuros do minério de ferro dispararam 5,35% na madrugada em Dalian, na China.
Juros em queda no exterior, somados ao desempenho favorável das principais commodities para o Ibovespa, sugerem um dia positivo para os ativos locais hoje. Por outro lado, como tem sido a tônica recente, as discussões em torno da pauta fiscal continuam limitando uma alta sustentada da bolsa por aqui e, neste sentido, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o entendimento do Governo de que seria possível limitar o contingenciamento em 2024 a R$ 25,9 bilhões pode ser uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e à lei de finanças – colocando maior pressão sobre as contas públicas, especialmente do lado da arrecadação.
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Assim, um grupo de trabalho paralelo do Congresso que discute a regulamentação do imposto seletivo, que prevê metas para a aplicação do tributo e que tem o objetivo de taxar bens ou serviços nocivos ao meio ambiente e à saúde. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a pasta enviará hoje à Casa Civil um projeto de lei que trata da cobrança de impostos sobre aplicações financeiras, enquanto a proposta de tributação sobre dividendos ainda exige mais estudos, segundo o Ministro.
Agenda econômica 19/03:
Brasil: O relatório de mercado Focus é o destaque local (8h30). Serão conhecidas também a segunda
prévia de março do IPC-S Capitais (8h) e o Monitor do PIB de janeiro (10h15). Entre os eventos, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa das duas sessões do primeiro dia da reunião do Copom (10h30 e 14h) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com vários Ministros
durante o dia e participa da entrega do prêmio Mulheres das Águas (19h).
EUA: Além do início da reunião do FOMC, estão previstos apenas os dados de construções de moradias
iniciadas em fevereiro (9h30).
Europa: No Reino Unido, o Ministro das Finanças, Jeremy Hunt, será sabatinado na Câmara dos Comuns (8h30) e na Câmara dos Lordes (12h) do Parlamento britânico. Mais cedo, na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas subiu a 31,7 em março, acima da previsão de 20,5.
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China: o Banco do Povo (PBoC) anuncia decisão de juros das LPRs de 1 e 5 anos (22h15).
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