- Para saber como fazer um rebalanceamento certeiro da carteira de investimentos, o E-Investidor conversou, em live transmitida pelo Youtube nesta terça-feira (19), com os analistas de investimentos Rodrigo Natali, da Inversa, e Caio Schettino, da Criteria Investimentos
- O momento, no entanto, pode ser proveitoso se o investidor souber achar as oportunidades corretas que já se mostraram resilientes
2022 é ano eleitoral e os investidores precisam sempre ficar atentos ao cenário político, que impacta diretamente a economia.
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Para saber como fazer um rebalanceamento certeiro da carteira de investimentos, o E-Investidor conversou, em live transmitida pelo Youtube nesta terça-feira (19), com os analistas de investimentos Rodrigo Natali, da Inversa, e Caio Schettino, da Criteria Investimentos.
Para Schettino, haverá uma polarização política muito grande e o Brasil se mostra como um país arriscado para investimentos. Por isso, recomenda que os investidores preservem o capital principal e aproveitem a alta dos juros para usufruir do mercado de renda fixa. “Vimos recentemente ativos AAA, IPCA +6%, CDB 15%. Essa tônica dificilmente será repetida, pois o mundo em que vivemos é deflacionário e o juros no longo prazo é para baixo [ao contrário do cenário mundial atual]”, diz.
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Além disso, o analista orienta ter cautela no rebalanceamento, fazendo uma saída da renda variável para a fixa até o mês de abril de forma gradual. A entrada, acrescenta, também deve ser feita aos poucos. “Comprar quando [a ação] está subindo e vender quando está caindo não é a melhor estratégia. Faça o oposto, não compre na euforia e não venda se o ativo despencar”, complementa Schettino, reforçando que, no cenário atual, é melhor abrir mão de lucro para ter cautela.
Natali, por sua vez, avalia que há um pessimismo alto sobre a bolsa de valores brasileira e que ela se encontra muita barata em comparação ao resto do mundo. “A bolsa não esteve tão barata em relação à americana desde 2001. Estamos voltando a ser destino de capital especulativo de médio prazo, algo que eu não via há muitos anos”, afirma o analista, que enxerga um movimento de investidores externos focando na renda fixa brasileira.
O momento, no entanto, pode ser proveitoso se o investidor souber achar as oportunidades corretas que já se mostraram resilientes. “Temos uma oportunidade rara no Brasil”, diz Natali.
Onde investir?
Diante de um cenário inflacionário e com aumento de juros nos países desenvolvidos, Schettino afirma que os melhores setores para investir em 2022 são aqueles que conseguem repassar os preços da melhor maneira possível.
Ele cita o setor financeiro – focado nos grandes bancos – e também o imobiliário – em especial os fundos imobiliários e as construtoras -, que no longo prazo deve se recuperar, assim como já aconteceu nos Estados Unidos.
Também aposta no setor de saúde, que ganhou os holofotes com a pandemia e a produção de vacinas e apresentaram excelentes resultados corporativos. “Notredame e Rede D’or, por exemplo, são empresas líderes no setor e com baixo nível de endividamento”, analisa.
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Ele destaca também o setor de semicondutores. “Esse mercado possui uma barreira de entrada altíssima. Temos empresas que dominam boa parte do market equity, como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, maior distribuidora de chips do mundo, e a ASML, holandesa de R$ 600 bilhões de market cap, que faz o maquinário para a produção dos semicondutores”, exemplifica o analista.
Natali complementa avaliando que outros setores que têm maiores chances de superar as baixas da pandemia são o de grandes bancos e o de exportadoras, como JBS e Marfrig, por exemplo.
Ele lembra ainda que empresas com receitas dolarizadas podem ser uma boa aposta, por estarem baratas devido à queda dos preços das commodities, e reforça a importância de olhar para a China. “A China está em deflação, é a única economia no ciclo de aceleração, precisamos vender o que eles compram”, avalia o analista de investimentos da Inversa.
As empresas públicas, por outro lado, não estão entre as apostas do analista para 2022. “A opinião sobre as eleições vai afetar totalmente essas empresas. Precisa ter uma aposta forte [para investir nelas]. Como não temos opinião sobre qual o candidato que vai ganhar, preferimos ficar longe desse setor tão sensível ao cenário eleitoral”, diz.
Schettino acrescenta que outro setor que deve sofrer com o cenário atual é o de varejo, tendo em vista que “o poder de compra do brasileiro foi dizimado nesses últimos 10 anos”.
O que o mercado espera do próximo presidente?
Para Natali, o candidato que vier com um modelo interessante para o cenário fiscal pode ter grande apoio do mercado.
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Schettino concorda que o foco está na situação fiscal e orçamentária do País. “O investidor sempre olha duas variáveis: o nível de juros e a inflação do país. Então ter o [cenário] fiscal controlado, controlar gastos mandatórios – que aumentaram recentemente, e depois é muito difícil diminuir -, é fundamental para estimular a economia e os investidores”, explica, lembrando da importância de ter um Banco Central com credibilidade, que cumpra as metas propostas.
Outras questões importantes para a economia do país, de acordo com o analista da Criteria Investimentos, são as pautas de educação e infraestrutura. Para ele, o próximo presidente precisa apresentar um projeto sério para a educação pública.