O que este conteúdo fez por você?
- Na avaliação de especialistas, a ausência de conhecimento sobre finanças e o baixo orçamento são as principais barreiras enfrentadas pelas pessoas na hora de pensar no futuro
- Além da ausência de educação financeira na formação, especialista cita a realidade socioeconômica como outra barreira que o brasileiro enfrenta na hora de realizar um planejamento financeiro para o futuro
Ter um planejamento financeiro para os próximos anos é essencial para se proteger dos imprevistos e para alcançar objetivos pessoais ou profissionais. O problema é que, segundo uma pesquisa feita pela Leve, fintech de educação financeira, mais da metade dos brasileiros não sabem se organizar para realizar essas metas de longo prazo.
Leia também
Na avaliação de especialistas, a ausência de conhecimento sobre finanças e o baixo orçamento são as principais barreiras enfrentadas pelas pessoas na hora de pensar no futuro.
A pesquisa ouviu 3.450 pessoas de diversas regiões do país durante os meses de novembro e dezembro de 2021. De acordo com o estudo, 52% dos entrevistados não possuem ou não sabem como montar um planejamento financeiro para os próximos anos. Além disso, 46% disseram que não se sentem confiantes para estabelecer metas de longo prazo.
Publicidade
Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Isso é um reflexo da falta de educação de base do brasileiro para entender que, se você ganha R$ 10 mil, precisa gastar R$ 8 mil, pois é preciso economizar para conseguir pagar IPVA, IPTU, por exemplo, daqui a dois meses”, cita Gustavo Raposo, CEO da fintech Leve, como uma das principais causas.
Segundo Raposo, esse comportamento é mais acentuado entre os mais jovens do que os brasileiros mais velhos. Na visão dele, a diferença se deve ao período de vivência entre as gerações. “A geração mais nova viveu num Brasil de pleno emprego e sem inflação alta. Esses jovens não viveram tempos difíceis e não se preocupam tanto com o futuro”, avalia o CEO da Leve.
Além da ausência de educação financeira na formação, Raposo cita a realidade socioeconômica como outra barreira que o brasileiro enfrenta na hora de realizar um planejamento financeiro para o futuro. “O orçamento do brasileiro é muito apertado. Então, é preciso fazer um esforço que não é natural para se organizar”, acrescenta Raposo.
Já Valter Police, planejador fiduciário da Fiduc e head da Academia Fiduc, cita a cultura consumista do brasileiro como outro entrave para o estabelecimento de metas financeiras de longo prazo. “O preço de você viver o hoje com mais intensidade é deixar de ter um conforto um pouco melhor no amanhã e até abrindo mão de objetivos mais importantes”, ressalta Police.
Publicidade
No entanto, alguns imprevistos financeiros, como gastos com saúde, impedem a organização financeira de longo prazo e, quando não se tem uma reserva de emergência, os planos para os próximos podem ser comprometidos.
Como e quando se planejar
Segundo especialistas em educação financeira, o momento ideal para se planejar financeiramente com o foco no futuro é o agora. Para isso, Sigrid Guimarães, sócia e CEO da Alocc Gestão Patrimonial, recomenda às pessoas listarem as despesas consideradas essenciais e separá-las dos gastos considerados não essenciais. Esse exercício, na visão dela, permite às pessoas identificarem o que pode ser poupado e transformado em reserva de emergência.
O ato de poupar, na visão dela, é buscar o equilíbrio entre o “prazer do presente” e “segurança” do futuro. “Você nem pode viver pensando demais no futuro como também aproveitando tudo sem pensar no amanhã”, ressalta a CEO da Alocc Gestão Patrimonial.
Ao conseguir poupar uma parte da renda, Sandra Blanco, estrategista chefe da Órama, recomenda destinar esses recursos para a construção de um fundo emergência investindo no Tesouro Direito Selic ou fundos de renda fixa. “Depois desse processo, começar a diversificar com outros instrumentos de renda fixa, como CDB, LCI, LCA, fundos de crédito e fundos multimercados”, ressalta.