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Educação Financeira

Por que metade dos brasileiros não consegue se planejar para o futuro

Pesquisa mostra que 52% dos entrevistados não possuem ou não sabem como montar um planejamento financeiro

Por que metade dos brasileiros não consegue se planejar para o futuro
Por ter um perfil consumista, brasileiros têm dificuldade de poupar, avalia especialista (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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  • Na avaliação de especialistas, a ausência de conhecimento sobre finanças e o baixo orçamento são as principais barreiras enfrentadas pelas pessoas na hora de pensar no futuro
  • Além da ausência de educação financeira na formação, especialista cita a realidade socioeconômica como outra barreira que o brasileiro enfrenta na hora de realizar um planejamento financeiro para o futuro

Ter um planejamento financeiro para os próximos anos é essencial para se proteger dos imprevistos e para alcançar objetivos pessoais ou profissionais. O problema é que, segundo uma pesquisa feita pela Leve, fintech de educação financeira, mais da metade dos brasileiros não sabem se organizar para realizar essas metas de longo prazo.

Na avaliação de especialistas, a ausência de conhecimento sobre finanças e o baixo orçamento são as principais barreiras enfrentadas pelas pessoas na hora de pensar no futuro.

A pesquisa ouviu 3.450 pessoas de diversas regiões do país durante os meses de novembro e dezembro de 2021. De acordo com o estudo, 52% dos entrevistados não possuem ou não sabem como montar um planejamento financeiro para os próximos anos. Além disso, 46% disseram que não se sentem confiantes para estabelecer metas de longo prazo.

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“Isso é um reflexo da falta de educação de base do brasileiro para entender que, se você ganha R$ 10 mil, precisa gastar R$ 8 mil, pois é preciso economizar para conseguir pagar IPVA, IPTU, por exemplo, daqui a dois meses”, cita Gustavo Raposo, CEO da fintech Leve, como uma das principais causas.

Segundo Raposo, esse comportamento é mais acentuado entre os mais jovens do que os brasileiros mais velhos. Na visão dele, a diferença se deve ao período de vivência entre as gerações. “A geração mais nova viveu num Brasil de pleno emprego e sem inflação alta. Esses jovens não viveram tempos difíceis e não se preocupam tanto com o futuro”, avalia o CEO da Leve.

Além da ausência de educação financeira na formação, Raposo cita a realidade socioeconômica como outra barreira que o brasileiro enfrenta na hora de realizar um planejamento financeiro para o futuro. “O orçamento do brasileiro é muito apertado. Então, é preciso fazer um esforço que não é natural para se organizar”, acrescenta Raposo.

Já Valter Police, planejador fiduciário da Fiduc e head da Academia Fiduc, cita a cultura consumista do brasileiro como outro entrave para o estabelecimento de metas financeiras de longo prazo. “O preço de você viver o hoje com mais intensidade é deixar de ter um conforto um pouco melhor no amanhã e até abrindo mão de objetivos mais importantes”, ressalta Police.

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No entanto, alguns imprevistos financeiros, como gastos com saúde, impedem a organização financeira de longo prazo e, quando não se tem uma reserva de emergência, os planos para os próximos podem ser comprometidos.

Como e quando se planejar

Segundo especialistas em educação financeira, o momento ideal para se planejar financeiramente com o foco no futuro é o agora. Para isso, Sigrid Guimarães, sócia e CEO da Alocc Gestão Patrimonial, recomenda às pessoas listarem as despesas consideradas essenciais e separá-las dos gastos considerados não essenciais. Esse exercício, na visão dela, permite às pessoas identificarem o que pode ser poupado e transformado em reserva de emergência.

O ato de poupar, na visão dela, é buscar o equilíbrio entre o “prazer do presente” e “segurança” do futuro. “Você nem pode viver pensando demais no futuro como também aproveitando tudo sem pensar no amanhã”, ressalta a CEO da Alocc Gestão Patrimonial.

Ao conseguir poupar uma parte da renda, Sandra Blanco, estrategista chefe da Órama, recomenda destinar esses recursos para a construção de um fundo emergência investindo no Tesouro Direito Selic ou fundos de renda fixa. “Depois desse processo, começar a diversificar com outros instrumentos de renda fixa, como CDB, LCI, LCA, fundos de crédito e fundos multimercados”, ressalta.

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