- Após alta de janeiro, fevereiro pode estender os ganhos do Ibovespa com a reabertura da China
- O dia 1º já contará com reuniões de bancos centrais pelo mundo; EUA e Europa devem aumentar as taxas de juros, enquanto o Banco Central brasileiro deve optar pela manutenção em 13,75% ao ano
- O retorno das atividades no Congresso e Senado, além da temporada de balanços também precisam ficar no radar dos investidores
O ano de 2023 começou positivo para a bolsa brasileira. Como contamos nesta reportagem, o Ibovespa encerrou janeiro com uma alta de 3,37% a 113.430,54 pontos, na esteira de uma melhora no humor dos mercados globais. Para fevereiro, fica a missão de manter ou estender esses ganhos.
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Um dos principais catalisadores da alta do primeiro mês do ano foi a reabertura da China, que valorizou o preço de commodities como minério e petróleo, muito importantes para as empresas mais representativas do índice de referência da bolsa brasileira.
O fim da política de covid-zero no país asiático deve continuar ajudando o Ibovespa em fevereiro, destaca João Piccioni, analista da Empiricus Research. “As commodities devem continuar a ser o destaque, especialmente se os dados da reabertura chinesa mostrarem vigor.”
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Mas outros fatores também podem ajudar. O primeiro deles é a “super quarta”, nome dado pelo mercado às datas quando as reuniões de política monetária do Banco Central, no Brasil, e do Federal Reserve, nos Estados Unidos, coincidem. A desta quarta-feira (1) contará ainda com as decisões de juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE).
No Brasil, o consenso de mercado é a manutenção da Selic em 13,75% ao ano, patamar em que a taxa está estacionada desde o segundo semestre de 2022. Lá fora, a expectativa geral é de que as instituições monetárias reduzam o ritmo das altas, com um ajuste de 25 pontos-base (bps) nos EUA e 50 bps na Europa.
“Os indicadores a serem divulgados serão fundamentais para determinar os rumos dos mercados mundiais”, diz Rafael Scardua, sócio da Matriz Capital. Caso a expectativa de redução do ritmo no aperto monetário seja concretizada, especialmente nos EUA, as bolsas mundiais ganham novo fôlego. “Os mercados devem reagir positivamente, uma vez que tal decisão abrirá espaço para que seja iniciada a queda da taxa de juros e, com isso, as empresas terão mais espaço para se expandirem”, explica o especialista.
No Brasil, que está mais avançado que as outras economias no ciclo, o primeiro corte nos juros só deve ocorrer quando a política fiscal do novo governo ficar mais clara. Uma discussão que deve entrar ainda mais no radar do mercado financeiro com o fim do recesso do Congresso e do Senado, também na quarta-feira (1).
“Uma série de discussões que foram iniciadas em janeiro agora vão ter que ser aprofundadas com o retorno do período de recesso do Congresso. Já no início de fevereiro tem a eleição de presidência da Câmara e do Senado: a partir daí já começamos a ter uma sensibilidade de como serão as negociações de algumas pautas pendentes”, destaca Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.
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Outro fator que precisa ficar no radar dos investidores em fevereiro é a temporada de balanços relativos ao último trimestre de 2022. Os números começaram a ser divulgados no final de janeiro, com a Cielo (CIEL3). Em fevereiro, mais de 60 empresas vão apresentar seus resultados, entre elas, grandes nomes como Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Vale (VALE3).
Piccioni, da Empiricus Research, elenca alguns balanços que vale a pena acompanhar: “Vale prestar atenção no setor de aluguéis de veículos, cujos números do quarto trimestre tradicionalmente são mais fortes. Gosto bastante de Localiza e do segmento de varejo de vestuário; atenção em Arezzo, cujo posicionamento estratégico focado nas classes A e B deve ter proporcionado um bom colchão em um trimestre mais difícil para o consumidor”, diz.
O analista destaca ainda os números da Weg, cujos números devem mostrar a manutenção do crescimento.
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