Ibovespa recua com mercados globais em compasso de espera sobre negociações de tarifas
Os mercados internacionais operam com viés misto nesta sexta-feira, refletindo o dilema entre o otimismo com os avanços nas negociações comerciais dos EUA e cautela
Os mercados internacionais operam com viés misto nesta sexta-feira, refletindo o dilema entre o otimismo com os avanços nas negociações comerciais dos Estados Unidos e cautela diante da proximidade da entrada em vigor de novas tarifas. O presidente Donald Trump afirmou que a maioria dos acordos será concluída até 1º de agosto, o que trouxe algum alívio, apesar das incertezas com países como Canadá e Índia. Em Nova York, os índices acionários sobem levemente, os juros dos Treasuries oscilam sem direção definida, à espera da decisão do Fed na próxima semana, e o índice dólar (DXY) se fortalece.
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No Brasil, o Ibovespa recua em meio à divulgação de dados econômicos que reforçam preocupações fiscais e inflacionárias. O IPCA-15 de julho veio acima do esperado, enquanto o déficit em conta corrente e o IDP frustraram as projeções. Esses fatores, somados à valorização global do dólar, pressionam o câmbio e os juros futuros, que operam com viés de alta. A expectativa agora se volta para as decisões do Copom e do Fed na próxima quarta-feira, além dos desdobramentos das negociações tarifárias com os EUA. Por volta das 13h20, o principal índice da bolsa brasileira caia 0,17% aos 133.609 pontos, enquanto o dólar avançava 0,78% frente ao real, cotado a R$ 5,56.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, balanços e notícias corporativas ditam o ritmo
O noticiário corporativo movimenta a sessão desta sexta-feira, com destaque para a Usiminas, que recua após divulgar EBITDA do 2º trimestre abaixo das expectativas, mesmo com lucro líquido. No setor de consumo, Multiplan chegou a subir com resultado considerado sólido, mas perdeu força ao longo do dia. Já a Raízen sofre com a queda na moagem de cana e menor produtividade agrícola. No lado positivo, Embraer avança com otimismo em torno das negociações comerciais com os EUA, enquanto Azul lidera os ganhos após aprovação de financiamento no processo de reestruturação. No setor imobiliário, Cyrela se destaca com alta, impulsionada por expectativas positivas para os resultados e pelo anúncio de novos recursos do FGTS para habitação.