Bolsa da China têm maior tombo desde a pandemia; como isso afeta o Brasil?

A crise econômica na China parece não dar trégua e as bolsas locais reagiram com as maiores quedas desde o começo da pandemia de Covid-19 em 2020.

O índice SSE da Bolsa de Xangai levou um tombo de 6,6%, enquanto que a de Shenzen recuou 8,2%, dando sinais de que os investidores ainda não estão confiantes com as medidas de estímulo econômico promovidas por Pequim no mês passado.

E como isso afeta o Brasil?

O Brasil retomou as relações diplomáticas com a China em 1974 e nestes 50 anos o gigante asiático tornou-se nosso maior parceiro comercial, superando os EUA e a Argentina.

Se da China chegam milhões de produtos como brinquedos, roupas, autopeças e têxteis, só em 2023 o Brasil exportou mais de US$ 100 bilhões para lá, principalmente em commodities como soja, milho, açúcar, carnes e celulose.

Com a crise imobiliária da China, a demanda por minério de ferro para a indústria siderúrgica diminui e, com isso, empresas como a Vale (VALE3) têm seu faturamento afetado. E, consequentemente, isso deteriora os dividendos da segunda maior companhia brasileira.

Por outro lado, a demanda por celulose continua relativamente estável, assim como novos canais de comércio de carnes estão sendo abertas para o país asiático.

Por que a China desacelerou?

Por anos a China manteve crescimentos do PIB muito superiores à média mundial. No entanto, com a crise imobiliária e o colapso da Evergrande, os bilhões injetados pelo governo para acelerar a economia não estão se mostrando suficientes.

Desemprego entre os mais jovens, dívida pública e finanças familiares em dificuldade também explicam parte do problema, enquanto o governo central não patrocina mudanças mais profundas na política e na economia.

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