CMN e meta da inflação: como reunião entre Haddad, Tebet e chefão dos juros mexe com seus investimentos?
De quando em quando o mercado financeiro fica de olho na reunião do Copom e a definição da Selic – a taxa básica de juros.
Mas há outro encontro tão ou mais importante que o do comitê do Banco Central: o Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a meta de nossa inflação.
Fazem parte do CMN os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
É esta tríade composta por dois membros da equipe econômica do presidente Lula e o chefão dos juros que define a meta do IPCA que deve ser perseguida.
Essa meta inflacionária – anualizada – é o principal alvo e referência da política monetária nacional.
A lógica é razoavelmente simples: se a inflação vigente está mais alta que a meta, aumentam-se os juros.
Por outro lado, se há deflação ou a economia está estagnada, o Banco Central pode apelar por cortes graduais dos juros.
Ou seja, o que sair da reunião do CMN afeta os objetivos do Copom e, consequentemente, os juros que mexem com os rendimentos da Renda Fixa, ações da Bolsa e de FIIs.
Metas mais flexíveis ou mais altas podem relaxar o aperto monetário e assim crédito e financiamentos podem ficar mais baratos, beneficiando setores como varejo, bancos e construção.
Na próxima reunião do CMN em 29 de Junho será definida a meta para a inflação de 2026. Os objetivos já estabelecidos anteriormente são 3,25% (2023), 3% (2024) e 3% (2025).
Para entender como estamos um pouco fora dos alvos anteriormente estipulados pelo CMN, o Boletim Focus projeta inflações de 5,06% (2023), 3,98% (2024) e 3,80% (2025).
É por essa razão que o Copom segue com juros altos, que tanto desagradam Lula, Haddad e parte do empresariado brasileiro.