Criptomoedas: quem é Sam Bankman-Fried, o ex-CEO da FTX preso por fraude
Executivo foi detido nas Bahamas, antiga base pirata no Caribe
Mais uma celebridade do mundo das criptomoedas foi parar atrás das grades. Sam Bankman-Fried, o midiático fundador e ex-CEO da FTX foi preso nas Bahamas sob acusação de crimes financeiros protocolados por promotores dos EUA.
A FTX era uma das maiores plataformas de negociação de criptoativos do mundo e tinha como garotos-propaganda celebridades dos esportes e entretenimento como o astro da NFL Tom Brady, Gisele Bünchen, o MVP da NBA Steph Curry, a tenista Naomi Osaka,e a cantora Kate Perry, além de parcerias com a equipe Mercedes da F1 e a liga de beisebol MLB.
Muitos fãs da liga de basquete NBA notaram a troca de naming rights de grandes ginásios saindo de corporações consolidadas para exchanges de criptos. Dois exemplos foram o Staples Center dos LA Lakers (agora conhecido como Crypto.com Arena) e o American Airlines Arena do Miami Heat, hoje chamado de FTX Arena (por enquanto).
Sempre midiático, SBF ligou o nome da FTX ao mundo do entretenimento e dos esportes, atraindo um público jovem a investir em NFTs e tokens da plataforma. Assim, ele tornou-se um dos mais jovens bilionários da lista da Forbes, com uma fortuna estimada que ultrapassou os US$ 25 bilhões.
Ele chegou inclusive a aderir ao programa Give a Pledge de Bill e Melinda Gates, onde bilionários se comprometem a doar boa parte de suas fortunas para causas sociais. Bankman-Fried entrava assim em um ‘clube’ que inclui Warren Buffett, Mark Zuckerberg e Larry Ellison.
Nos últimos anos Bankman-Fried foi também um dos grandes doadores para as campanhas eleitorais do Partido Democrata dos EUA – perdendo apenas para o mega-investidor George Soros. Contudo, ele depois admitiria que secretamente canalizou recursos milionários para os Republicanos de Donald Trump.
Filho de professores de Stanford, Bankman-Fried formou-se em física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ele chegou a negociar criptoativos até fundar a FTX em 2019.
A carreira de Bankman-Fried se iniciou negociando ETFs (Exchange Traded Funds) na Jane Street. Em 2017, porém, o empresário decidiu criar a Alameda Research, empresa de trading de criptomoedas, o pivô do colapso da FTX.
A derrocada da exchange começou com uma reportagem que mostrava que o balanço patrimonial da Alameda Research era composto principalmente de tokens sem liquidez, incluindo o FTT, da FTX.
A notícia levou a uma corrida por saques da FTX, que provou não ser capaz de honrar os depósitos, levando a plataforma ao colapso financeiro e a entrar em recuperação judicial.
A FTX está sediada em Nassau, no arquipélago caribenho das Bahamas, onde Bankman-Fried levava uma luxuosa e extravagante vida. Curiosamente, a cidade, localizada na ilha de New Providence, foi no século 18 a capital da República dos Piratas.
Hoje Bankman-Fried está preso, acusado de lesar investidores, deveria depor em painel investigativo junto ao Congresso dos EUA e viu sua fortuna evaporar.