Dia de Reis: entenda o significado de ouro, incenso e mirra

Presentes dos reis magos eram commodities na época de Cristo

6 de Janeiro é dia de desmontar a árvore de Natal, mas também relembrar uma história que fala de… commodities? Há dois mil anos, conta a tradição cristã que os três reis magos Melquior, Gaspar e Baltazar visitaram o Messias. Junto, levaram presentes para o Menino Jesus: ouro, mirra e incenso. Mas, afinal, o que eram esses três itens e seu significado?

Em comum, ouro, mirra e incenso eram produtos importantíssimos nas rotas de comércio do Oriente, promovendo pequenas fortunas em mercados e entrepostos da Ásia Central ao Mediterrâneo. Em outras palavras: apesar de relativamente simples, eram valorizadas commodities no seu tempo.

Ouro

Este é o mais óbvio. Apreciado por monarcas e piratas, em muitos impérios e reinos era aceito como moeda corrente. Da máscara de Tutancâmon a coroas reais, de alianças de casamento a uso em circuitos impressos de gadgets, o metal é até hoje um hedge para momentos de turbulência.

Incenso (olíbano)

O olíbano é uma resina aromática extraída de árvores do gênero Boswellia (explorada mais ou menos como uma seringueira). De origem árabe e africana, chegava até a China pela Rota da Seda, popularizando-se na Europa através das Cruzadas.

O olíbano era largamente utilizado no antigo Oriente: nas medicinas persa e chinesa, no processo de mumificação no antigo Egito e em oferendas sagradas para os hebreus (daí sua ligação com a Natividade).

Hoje é mais utilizado na forma de pedrinhas queimadas em incensários ou em óleos. É facilmente encontrada em souks (mercados) de especiarias em Omã, Dubai, Abu Dhabi e outras grandes cidades da região.

Mirra

A mirra é outra resina, só que desta vez extraída de plantas do gênero Commiphora, presente em regiões do sul da península arábica (Omã, Iêmen) e o Chifre da África (Etiópia, Somália). Ela é extraída tal como o látex ou a planta do olíbano: sangrando a casca da árvore.

No passado (e ainda hoje) seu uso primordial é relacionado a fármacos, perfumes e em rituais religiosos, unção e de purificação no Egito, Judeia (olha a relação com Jesus novamente), Nordeste da África e Ásia ocidental. Uma oferenda em seu nascimento, a mirra também foi utilizada no sepultamento de Cristo.

Alguns dos maiores comerciantes de incenso e mirra foram os nabateus, um povo comerciante que, com suas caravanas e cargas preciosas, construíram cidades esculpidas na rocha, como Petra, na atual Jordânia.