Hurb (ex-Hotel Urbano) é uma agência de viagem ou pirâmide financeira?
Ex-CEO milionário debochou de supostos clientes lesados
A agência de turismo digital Hurb (ex-Hotel Urbano) sempre se destacou por oferecer pacotes de viagem em tentadoras promoções.
Durante a pandemia se destacou ainda mais oferecendo descontos imbatíveis, inclusive para o exterior, com datas flexíveis.
No entanto, cancelamentos de partidas e falta de comunicação com clientes levaram o Hurb a se tornar um campeão de contestações no Reclame Aqui, Senacon e Procon.
Diante das reclamações, o CEO João Ricardo Mendes chegou a debochar de clientes e a expor dados pessoais de algumas pessoas.
O fundador e executivo da agência renunciou após repercussões negativas.
Como se esses problemas não bastassem, há quem acredite que o Hurb não passaria de uma pirâmide financeira.
“O cliente adianta o dinheiro para a empresa fazer caixa e depois tentar, na época da viagem, viabilizar o pacote que não existia no momento da compra”, afirmou o jornalista Ricardo Freire.
“Se não conseguir, devolve o dinheiro sem juros – depois de alguma briga”, completou ele no Twitter.
Com a disparada de preços de hotéis e passagens aéreas nos últimos meses, o Hurb não estaria conseguindo fechar planos de viagem em série, daí o acúmulo de protestos.
Mas, afinal, o que é uma pirâmide financeira?
É um esquema financeiro ilegal que depende da entrada de novos investidores para bancar prometidos ganhos irreais.
Com premissa de altos ganhos e muito marketing, o sistema se sustenta enquanto houver entrantes, mas rui quando estes cessam ou há retiradas inesperadas.
O que alguns reclamantes alegam é que novos viajantes estariam bancando antigos pacotes e a estrutura e ganhos do próprio Hurb.
No entanto, o advogado criminalista Adib Abdouni diz que os cancelamentos ou adiamento sucessivo de viagens com datas flexíveis não caracterizam a prática de pirâmide financeira.
Para ele, trata-se de prática abusiva, que pode ser classificada como crime contra a relação de consumo, prevista no artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor.