Por que a inflação está subindo e o que os juros têm a ver com isso?
O consumidor está percebendo isso nas etiquetas de preço, nas contas do supermercado e com dinheiro faltando no fim do mês: a inflação está subindo. Mas, por quê?
O aumento dos preços pode ser provocado pela combinação de inúmeros fatores: escassez de produtos, aumento de custos (matérias-primas, salários, energia) e crescimento inesperado da demanda, entre outros.
A escassez de produtos pode ser motivada por guerras (caso do trigo na Ucrânia e petróleo com conflitos no Oriente Médio), seca, entressafra, problemas com logística e falta de insumos.
Já quando uma matéria-prima, impostos ou custos laborais aumentam, encarecendo os custos do produto ou serviço, é praticamente certo que esse acréscimo será repassado ao consumidor.
Além disso, quando a demanda supera a oferta de produtos, isso faz com que varejistas ou fabricantes tentem ganhar mais com a situação. É o caso de remédios exclusivos, joias raras, papel higiênico em áreas afetadas por tragédias.
Tudo isso para explicar porque o IPCA, o índice oficial da inflação, pode estourar a meta de 2024, de 3%. Hoje o principal vilão é o aumento da energia, pressionado pela seca e novas bandeiras tarifárias.
Também inflamam os preços ao consumidor recentes altas na carne, puxadas pela falta de chuvas e pelo aumento das exportações, que aproveitam o dólar favorável aos frigoríficos.
Para “frear” o consumo, a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, o BC pode optar por aumentar os juros. Esta vem sendo a rota tomada pelo Copom, que ajustou a Selic para 11,25% em novembro ante uma projeção para o IPCA de 4,64%.
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