Magazine Luiza (MGLU3): ex-queridinha dos investidores, entenda o panorama das ações
Dívidas, aquisições e juros entram na conta dos analistas
Em novembro de 2020, as ações do Magazine Luiza se transformaram em queridinhas dos investidores, fechando na máxima de R$ 27,34.
Em meio ao lockdown da pandemia de Covid-19, Selic a 2% e o e-commerce aquecido, MGLU3 chegou a devolver incríveis 81.030% de retorno a alguns investidores.
Foi uma fase de inúmeras e milionárias aquisições, incluindo Netshoes, Kabum!, Estante Virtual, a fintech Hub e inúmeras startups de tecnologia, ads e logística.
A ideia era se posicionar bem na digitalização do consumo e reforçar seu marketplace, o que fazia sentido naquele momento frente a concorrentes como Via, Amazon, B2W e Mercado Livre.
No entanto, a empolgação começou a se esfarelar com o início do ciclo de aperto monetário pelo BC, com um primeiro aumento da Selic em março de 2021.
A deterioração do cenário macroeconômico, somado a margens apertadas, contribuiu para que MGLU3 fosse a pior ação de 2021, com queda de 71%.
Aliás, 4 das 5 piores ações de 2021 foram de varejistas: Magalu, Via (VIIA3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Americanas (AMER3).
O cenário continua desafiador para o Magalu, como atesta o prejuízo líquido de R$ 302 milhões apresentado no balanço do 2T23, alta de 123% em relação ao mesmo período do ano passado.
A queda da Selic pode aliviar a dívida líquida de R$ 7,2 bi e aquecer o consumo, mas as perspectivas continuam complexas.
Mais: a aposta em quedas adicionais de MGLU3 alcançou as máximas em 12 meses, com 14,57% dos papéis disponíveis para operações de aluguel (free float).
No entanto, levantamento com 14 instituições aponta recomendação de manutenção em 10 e apenas uma para venda.