- Na última quinta-feira (17), 14,57% das ações da Magazine Luiza disponíveis para negociação (Free Float) estavam alugadas. Somente nos últimos três dias, a taxa paga no aluguel saiu de 1,53% para 15,5%.
- A Via (VIIA3) também estava na mesma situação, com 21,57% das ações disponíveis em operações de aluguel. Em três dias, a taxa paga nesses aluguéis subiram 11,81% para 35,85%
- Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, o que tem motivo as apostas na queda são justamente os resultados ruins dos últimos meses
As apostas na queda das ações do Magazine Luiza (MGLU3) atingiram o maior nível dos últimos 12 meses. Na última quinta-feira (17), 14,57% dos papéis disponíveis para negociação (free float) estavam alugados , o maior nível dos últimos 12 meses. As operações de aluguel são feitas por investidores para ganhar com a desvalorização de um ativo.
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Segundo dados retirados da plataforma Quantzed, somente nos últimos três dias a taxa paga pelos investidores no aluguel (taxa do tomador) saiu de 1,53% para 15,5%, o que reflete o aumento de demanda pelas operações vendidas.
A Via (VIIA3) também estava na mesma situação, com 21,57% das ações disponíveis em operações de aluguel, também o maior nível em mais de 1 ano. Em três dias, as taxas pagas nesses aluguéis subiram de 11,81% para 35,85%.
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Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, o que tem motivado as apostas na queda são justamente os resultados ruins dos últimos meses. No 2º trimestre deste ano, por exemplo, o Magazine Luiza teve prejuízo de R$ 301,7 milhões, enquanto a Via teve um resultado negativo de R$ 492 milhões.
“Desde o ano passado, o Magazine Luiza não consegue encerrar um único trimestre com lucro”, afirma Petrokas. Já o último lucro da Via foi reportado no 2º trimestre de 2022. Fora a taxa de juros ainda altas, que acaba pressionando naturalmente o varejo, nomes como Mercado Livre e Shopee vem “roubando” espaço no mercado brasileiro.
Petrokas enxerga as ações com cautela e não recomenda a compra de MGLU3, nem de VIIA3. “Não enxergamos gatilhos de valorização para as ações no curto e médio prazo, uma vez que ainda estamos em um ambiente de juros altos e diversas incertezas sobre a economia real, emprego e renda disponível da população”, afirma o diretor de research da Quantzed.
Marcus Labarthe, especialista em mercado de capitais e sócio-fundador da GT Capital, também reforça o cenário complexo para as empresas do setor. “O cenário das varejistas no Brasil é difícil para o e-commerce (queda de 15 % no e-commerce no 2T23), há pressões inflacionárias sobre a renda dos brasileiros, altos custos de captação, diminuição de margem (concorrência) e menor demanda por eletrodomésticos, além de eletrônicos”, diz.
Qual é o consenso?
De acordo com levantamento feito por Einar Rivero, head comercial do mercado, com base na nova ferramenta “Consensus”, de 14 instituições participantes da pesquisa, que cobrem Magazine Luiza e emitem recomendações, 10 indicam a manutenção do papel, enquanto 3 indicam a compra e 1 a venda. Os dados são referentes a agosto.
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Para efeito de comparação, no final do 1º trimestre deste ano, dos 12 analistas que cobriam o papel e emitiam recomendações, 8 sugeriam a compra e 4 recomendavam manutenção. A mediana das projeções, segundo o TradeMap, vê o valor justo dos papéis MGLU3 em R$ 4,20 - isto é, um potencial de alta de 40% em relação à cotação desta sexta-feira (18), de R$ 3,02 até as 14h10.
Em relação ao consenso para a Via, das 10 instituições que cobrem o papel e fazem recomendações, 9 indicam manutenção e 1 a venda. Já a mediana das projeções aponta para um preço justo de R$ 2,62 para VIIA3, o que significa uma alta de 51% em relação à cotação registrada por volta das 14h11 desta sexta, de R$ 1,71.
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