O que aconteceu com a Oi e suas ações (OIBR3, OIBR4)?

Entre 1972 e 1998 o Brasil teve um monopólio estatal das telecomunicações com o Sistema Telebras. No governo FHC a companhia foi privatizada e deu lugar a, entre outras, Telemar (que atuava no Nordeste, Norte, RJ, ES e MG), Telefónica (que abocanhou o estado de São Paulo) e uma agora desestatizada Embratel (responsável por ligações de longa distância).

Se durante o período da Telebras uma família podia demorar anos para receber uma linha telefônica simples, nesta nova fase já era possível adquirir novas linhas fixas e de celular rapidamente. Foi a era de ouro dos tijolões Nokia, Gradiente e Motorola.

A partir de 2002, a Telemar – que cresceu com recursos do BNDES e de fundos de pensão de estatais – paulatinamente passa a adotar a marca Oi em seus serviços de telefonia fixa, móvel e de internet.

Mas o que antes era monopólio virou um mercado aberto e os concorrentes da Oi eram peso-pesados como Claro, TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3), que gradualmente passariam a atuar por todo território nacional.

Para crescer e ser competitiva, a Oi passou a investir e adquirir operadoras regionais. Empresas como Net, Americel, BCP, Telemig e GVT seriam incorporadas pelas quatro grandes. A lógica por trás desses negócios fazia sentido: ampliar a base de clientes e expandir-se nacionalmente.

No entanto, é aqui que começaram os problemas: a Oi se endividou para obter recursos para sua expansão e muitas companhias absorvidas possuíam um grande passivo na forma de dívidas, além de resultados pífios.

Em 2009, ela absorve a Brasil Telecom (que atuava nas regiões Sul e Centro-Oeste) em um negócio de R$ 5,8 bilhões, considerado à época acima do valor de mercado.

Três anos mais tarde, mais outro passo expansionista: a fusão com a Portugal Telecom. O problema é que posteriormente foi descoberto um rombo bilionário da tele portuguesa relacionada ao Banco Espírito Santo.

Ao mesmo tempo, o setor de telecomunicações exigia investimentos maciços em novas tecnologias e expansão de redes (como vemos agora entre o 4G e o 5G), tudo supervisionado pela Anatel. O caixa se exauriu.

O alto nível de endividamento e investidores desconfiados do potencial da telecom fizeram as ações da Oi (OIBR3, OIBR4) desabarem já em 2013.

Em 2016 a Oi tem aprovado seu plano de recuperação judicial de R$ 65 bilhões, o maior então visto no Brasil.

Em 2020 suas concorrentes Claro, TIM e Vivo m toda a área de telefonia móvel da Oi, negócio posteriormente aprovad comprarao por Anatel e CADE. Já o BTG Pactual adquiriu o braço de fibra ótica, a InfraCo, em 2022.

E o que vem pela frente?

Entre avanços e venda de ativos, o processo de recuperação judicial ainda segue cheio de impasses e reviravoltas. Enquanto isso, as ações ordinárias da Oi, hoje rondam abaixo de R$ 1.