O que está acontecendo com as ações do Nubank (NUBR33)?

Entenda a queda das ações após o midiático IPO

Fundado em 2013 por David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible, a startup financeira prometia democratizar o acesso dos brasileiros a um banco, sem burocracias para abrir contas, oferecendo agilidade, tecnologia, produtos simples e comunicação mais humanizada.

Foi um sucesso imediato entre millennials que agora possuíam um cartão de crédito sem frescuras e meios digitais versáteis e rápidos. Em menos de uma década o Nubank conquistou mais de 7 milhões de correntistas e lidera a onda de fintechs que conta com C6 Bank e Banco Inter.

Com momento positivo (que contou até com aporte milionário de Warren Buffett e a Berkshire Hathaway), o Nubank realizou um midiático IPO na venerada Bolsa de Nova York (NYSE), fazendo uma dupla listagem na B3, a bolsa brasileira, lançando seus BDRs através do programa NuSócios.

Os BDR – Brazilian Depositary Receipts – do Nubank, negociados sob o ticker NUBR33, espelham as ações negociadas na NYSE (NU), na proporção de 1 ação para 6 BDRs. Dezenas de milhares de novos investidores entraram assim na renda variável.

No entanto, pouco depois da estreia na Bolsa uma série de notícias começou a abalar a confiança dos investidores: bônus de R$ 807 milhões à diretoria (apesar de prejuízo), aposta em Bitcoins, mudança em sua política de BDRs e questionamentos recorrentes de clientes sobre seu sistema de segurança.

Some-se a este quadro os enormes investimentos necessários para monetizar sua grande base de clientes (ampliando e sofisticando seu portfólio de produtos), investir em sistemas de segurança (contra fraudes e hackers) e acompanhar a reação de concorrentes – principalmente os bancões.

A questão central, no entanto, é o atual momento econômico brasileiro. Juros altos, achatamento do poder de consumo e preocupante índice de inadimplência de seus clientes jogam o foco na capacidade do Nubank de ter uma base sustentável em curto e médio prazos para gerar lucro.

Como resultado, as ações foram ladeira abaixo desde o IPO, recuando 70% em meados de 2022 e caminhando de lado desde então.

E o futuro?

Momento é delicado para fintechs e startups em geral – que precisam investir muito para se manter relevantes e rentáveis. Empresas disruptivas como Netflix, Uber, Tesla e Nubank têm ascensões meteóricas por proposta inovadora, mas uma vez no topo, precisam enfrentar novos monstros.