Representatividade e lucros: Pharrell Williams é novo diretor de criação da Louis Vuitton

Cantor dá um passo além de Rihanna, Beyoncé e Kanye West no mundo da moda

O cantor Pharrell Williams (do super hit Happy) foi apontado recentemente como diretor de criação da linha de moda masculina da tradicional marca de luxo Louis Vuitton. Esta é a mais recente parceria entre o mundo da moda e estilosos influenciadores do mundo do entretenimento.

O vencedor de 13 Grammys já tinha um pé na indústria da moda, tendo feito parcerias com Chanel e Adidas e fundado a marca Billionaire Boys Club.

Mesmo assim, ele passou a perna em outros favoritos ao cargo – inclusive estilistas com anos de experiência. O posto estava aberto desde a morte de Virgil Abloh (foto) em 2021.

A decisão do conglomerado LVMH, que inclui marcas como Chanel, Veuve Clicquot e Hermés, vem de encontro com políticas de maior representatividade e conexão com um público mais jovem.

E lucros, claro.

Um exemplo dessa movimentação foi a parceria do rapper Kanye West, hoje conhecido como Ye, e sua linha Yeezy da Adidas. O acordo foi desfeito após erráticas declarações anti-semitas do artista, impactando os lucros da marca e deixando milhares de itens encalhados em estoque.

Outra união com resultados mistos entre moda e celebridades foi a linha produzida por Rihanna junto com a mesma LVMH. Com camisetas vendidas a US$ 180, a marca Fenty, lançada em 2019, entrou na geladeira em 2021.

No entanto, as linhas de cosméticos (Fenty Beauty) e lingeries (Savage X Fenty) continuam muito populares e lucrativas.

Quem também vem se dando bem é Beyoncé. Sua marca Ivy Park (também com a Adidas), voltada aos mais diferentes padrões físicos e públicos, é um retumbante sucesso financeiro e de conexão com seus consumidores.

Fora do mercado de luxo, astros do esporte endossam sub-marcas próprias baseadas na força de seus nomes e vínculo sócio-cultural com seus alvos.

O exemplo mais conhecido é o de Michael Jordan e a Nike, com a linha Air Jordan. Já o multi-campeão de Grand Slams Roger Federer estremeceu a indústria ao deixar a mesma Nike pela japonesa Uniqlo por um acordo de 10 anos e US$ 300 milhões.

Astros e polêmicas

Aliar uma marca a uma celebridade traz seus ganhos e riscos, tal como a Adidas viu com Ye. Outro exemplo foi quando a Nike cortou relações com Kyrie Irving após posts do craque da NBA promoverem um documentário com conteúdo anti-semita.

Pharrell Williams deverá fazer sua estreia como diretor de criação da Louis Vuitton mostrando sua nova coleção na Semana da Moda de Paris em junho.