Por que os EUA correm risco de dar calote na dívida e como isso afeta seus investimentos?

Acordo sobre teto de gastos com Câmara dominada por Republicanos tem impasse

Nesta semana boa parte do noticiário econômico mundial foca suas atenções em Washington e nas negociações sobre o teto de gastos públicos dos EUA.

Com a Câmara dos Deputados dominada pelos Republicanos, um impasse foi instaurado e os EUA estão sob ameaça de dar um calote em sua dívida.

Caso o impensável ocorra e um acordo não seja fechado, este será o terceiro grande golpe econômico-financeiro em 3 anos, depois da pandemia da Covid-19 e a Guerra da Ucrânia.

O teto de gastos públicos estabelece o quanto o governo federal dos EUA pode gastar e pedir emprestado para cobrir seu orçamento.

Hoje este limite está estabelecido em US$ 31,4 trilhões, marca que foi estourada no começo do ano.

A proposta do Congresso é congelar certas despesas, o que impactaria diretamente políticas sociais do governo do democrata Joe Biden, instaurando um impasse.

Se não chegarem a um acordo até 5 de junho, os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas despesas com funcionalismo, defesa militar, juros da dívida e repasses para saúde e educação.

As consequências de um default ou mesmo de um furo no teto de gastos nos mercados financeiros ainda estão na esfera das conjecturas.

Retrocesso do PIB, desemprego, aperto na inflação (e novas altas dos juros), crédito mais caro e um efeito cascata no endividamento de pessoas e empresas não estão descartados.

Os efeitos sobre o dólar também estão sendo mensurados, com investidores sinalizando a procura por ativos de proteção como ouro, títulos do tesouro e até bitcoin.

Ou seja, em uma situação de aversão ao risco, investidores estrangeiros podem querer manter distância de mercados emergentes como o brasileiro. Porém…

Há quem acredite que ao desfazer posições nos EUA, investidores podem buscar investimentos baratos na Bolsa ou em renda fixa no Brasil.