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Em março de incertezas no Ibov, ação sobe 35%. Veja as 5 maiores altas

Enquanto a Bolsa não ficou longe do zero a zero, algumas empresas tiveram altas expressivas em um março recheado de balanços corporativos

Em março de incertezas no Ibov, ação sobe 35%. Veja as 5 maiores altas
(Foto:Reprodução/Embraer)
  • As ações da Embraer (EMBR3) apresentaram a maior rentabilidade no acumulado mensal, com valorização de 35,69%.
  • Os papéis da Braskem (BRKM5) também entraram no ranking de maiores ganhos ao apresentar valorização de 30,32% no acumulado mensal
  • As ações da Natura & CO (NTCO3) também entraram na lista das maiores altas da Bolsa em março, com ganhos acumulados de 16%

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou nesta quinta-feira (28) em alta de 0,33%, aos 128.106,10 pontos. No entanto, houve perda de 4,53% no primeiro trimestre do ano.

Segundo levantamento da Ágora Investimentos, obtido com exclusividade pelo E-Investidor, algumas ações conseguiram fechar com alta acima de 30% no mês. O melhor desempenho ficou com a fabricante de aviões Embraer (EMBR3).

De acordo com o levantamento, os papéis da Embraer (EMBR3) apresentaram a maior rentabilidade no acumulado mensal, com valorização de 36,35%. O otimismo em torno da empresa cresce exponencialmente desde o início do mês, quando foi realizada a encomenda de até 133 jatos pela American Airlines.

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A Ágora Investimentos aponta que mesmo diante dos desafios na cadeia de suprimentos, a companhia conseguiu encerrar 2023 entregando seu guidance (projeção) financeiro. Com os números, analistas passaram a revisar para cima as projeções e isso alavancou o desempenho das ações durante o mês.

Após o conglomerado divulgar seu balanço e seu guidance para 2024, o mercado passou a considerar seus papéis ainda mais fortes. O Goldman Sachs, por exemplo, apontou que a Embraer tem uma posição dominante no mercado de jatos executivos e regionais, o que faz com que a demanda atual por substituição de aeronaves potencialize os seus números.O fluxo de notícias positivas levou a companhia a uma sequência de aumentos no preço-alvo do papel por grandes bancos – veja mais detalhes nesta reportagem.

Já a Braskem (BRKM5) obteve a alta de 25,48%. Apesar do prejuízo indicado pelo balanço do quarto trimestre do ano passado, o investidor não desistiu do papel. Além disso, a possibilidade de venda da empresa se sobrepôs a uma eventual cautela com passivos judiciais decorrentes do desastre ambiental na cidade de Maceió, em Alagoas.

Segundo o CEO e fundador da Melver Educação, Raony Rossetti, a Braskem tem sofrido com dois fatores, que podem indicar uma queda a longo prazo. “O primeiro ponto é a questão do afundamento do solo em Maceió, que deve resultar numa multa imensa difícil de precificar. E o segundo é a tentativa do presidente Lula inserir Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda da ex-presidente Dilma Rousseff) no conselho da empresa.”

Para ele, trata-se de mais um caso de interferência governamental que pode resultar em animosidade no mercado financeiro, vide o caso da Petrobras (PETR3; PETR4)confira detalhes nesta reportagem.

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Entre as altas, também encontra-se a 3R Petroleum (RRRP3) com uma alta de 18,03%. Vale relembrar que a empresa foi o papel mais negociado no after market da B3 na semana passada, com volume financeiro de R$ 31,162 milhões.

 

Transformação na Natura

As ações da Natura & CO (NTCO3) também entraram na lista das maiores altas da Bolsa em março, com ganhos acumulados de 16%, como consequência de suas melhorias operacionais nos últimos dois anos. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) – indicador da rentabilidade operacional de uma empresa – ficou em 11,3% no quarto trimestre de 2023, um aumento de 550 pontos porcentuais em relação ao ano anterior.

Essas otimizações fazem parte de um plano de transformação na Natura, que busca maior eficiência. O processo está na chamada “Onda 2” de integração das marcas, após a aquisição da Avon em 2020. A companhia apresentou avanço sequencial em sua rentabilidade.

Já as ações da gigante do papel e celulose, Suzano SA (SUZB3), atingiram alta de 13,54%. De acordo com a Ágora, o equilíbrio do mercado da celulose parece ser mais apertado do que as suas expectativas iniciais. A Europa continua a ser o principal motor desta dinâmica positiva dos preços, dada uma combinação de demanda forte e perturbações do lado da oferta (por exemplo, crise do Mar Vermelho e greves na Finlândia).

Quanto à China, a demanda após o Ano Novo Chinês provou ser melhor do que o inicialmente esperado e os estoques em toda a cadeia permanecem abaixo dos níveis normalizados. Como resultado, os produtores de celulose relataram fortes carteiras de pedidos para os próximos três meses e os fabricantes de papel anunciaram aumentos de preços nas últimas semanas.

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Para a Ágora, os aumentos nos preços da celulose anunciados para os pedidos de abril, provavelmente, serão implementados com sucesso nas próximas semanas e é provável que ocorram novos aumentos (para os pedidos de maio). Vemos agora riscos de alta em nossa previsão para 2024 de US$ 610/tonelada para os preços médios de celulose de fibra curta na China.

* Com informações da Agência Estado/Broadcast

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