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Ibovespa hoje: índice sobe à espera de desfecho sobre PIS/Cofins

Às 11h10, o Ibovespa, por sua vez, subia 0,20%, aos 120.996,35 pontos

Ibovespa hoje: índice sobe à espera de desfecho sobre PIS/Cofins
Painel do Ibovespa (Foto: Werther Santana/Estadão)

A queda das bolsas internacionais e das commodities limita a alta do Ibovespa, após recentes quedas.

Os mercados estão em compasso de espera, um dia antes do anúncio da decisão de juros pelo banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) e da divulgação do índice de preços ao consumidor americano. Internamente, os investidores avaliam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio no teto das expectativas e o impasse em relação à medida provisória (MP).

A MP restringe a compensação de créditos de PIS/Cofins e pode levar à alta dos preços da gasolina e do diesel. Em meio a críticas do setor produtivo, o Ministério da Fazenda estuda alternativas para reduzir as resistências à MP. Assim, ficam nesta terça-feira (11) no foco as reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o setor produtivo. >

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Segundo Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, se houver uma revogação da MP pode desfazer o mau humor recentes nos mercados. “Isso motivaria, dado esse IPCA ruim no curto prazo. Se não revogar, vai aumentar a pressão sobre a inflação”, avalia. Apesar da queda do petróleo no exterior, as ações da Petrobras subiam entre 0,51% (PN) e 0,05% (ON) às 11 horas.

Na quarta-feira (12) os papéis serão negociados ex-dividendos. “Essa disposição do governo em ouvir o setor produtivo pode ser a razão da alta do Ibovespa, pois o tiro pode sair pela culatra caso a MP que restringe a compensação de PIS/Cofins seja mantida”, avalia Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Nesta terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA acelerou a 0,46%, ante 0,38% em abril, ante teto de 0,46%, indo a 3,93% em 12 meses, depois de sete meses de arrefecimento. “Esse IPCA alto deve gerar nova rodada para cima nas projeções de inflação no boletim Focus na semana que vem e indicar uma Selic terminal maior, indo na direção do que esperamos, de 10,50%”, avalia Larissa, da Empiricus Research.

Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, o IPCA no teto das projeções só tende a dificultar a possibilidade de convergência das expectativas que já estão desancoradas. Assim, só aumenta a possibilidade de fim de corte da taxa Selic, que atualmente está em 10,50% ao ano. “Só piora a percepção dos mercados em relação ao fiscal. E ainda tem essa questão da MP de PIS/Cofins”, diz Laatus. Eventuais mudanças no arcabouço fiscal também ficam no foco.

Segundo a Levante Investimentos, após o recrudescimento da confiança dos mercados acerca do compromisso com as contas públicas, há relatos de que, nos bastidores, o governo se prepara para combater o ambiente de descredibilidade criado em função dos últimos acontecimentos.

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Apesar do IPCA de maio no teto das expectativas, ações ligadas ao consumo sobem, refletindo ajustes para baixo nos juros futuros. Na parte setorial da Bolsa brasileira, somente o índice de metais cedia (-0,31%).

Às 11h10, o Ibovespa, por sua vez, subia 0,20%, aos 120.996,35 pontos, após elevação de 0,62%, na máxima aos 121.510,72 pontos. Entre os grandes bancos, os principais tinham altas de 0,93% Bradesco (BBDC4)  a 0,96% Itaú Unibanco (ITUB4). As ações da Vale (VALE3) caíam 1,60%, em meio ao recuo de 4,16% do minério de ferro em Dalian.