- A Solana, assim como a Ethereum, busca ser a principal plataforma de contratos inteligentes
- Uma das principais vantagens da rede Solana, avalia Nasser, é que a rede é escalável. Ou seja: tem condições para crescer de forma uniforme e suportar diversas transações ao mesmo tempo
- Na visão de Alexandre Ludolf, diretor de investimento da QR Asset Management, o sucesso da rede Solana está vinculado ao sucesso das plataformas de smart contracts em geral
Obter uma valorização de 9.619,20% em menos de um ano não é para qualquer classe de ativos. Mas esse é o caso da criptomoeda da rede Solana, a SOL. Criada em abril de 2020, ela já figura entre os 10 maiores ativos digitais por capitalização de mercado, ocupando a 7ª posição, com um market cap de US$ 42,65 bilhões, o equivalente a R$ 229,24 bilhões.
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Ray Nasser, especialista em criptomoedas da Inversa, explica que a Solana é uma boa iniciativa, criada por um time especializado. “O projeto entra como concorrente do Ethereum, chamado por muitos de ‘Ethereum killer’ (assassino do Ethereum). Igual ao ETH, é uma blockchain pública de contratos inteligentes programáveis – porém, com inovações tecnológicas significativas que resolvem muitos problemas que o ETH apresenta”, diz.
O que explica a alta da Solana
A Solana, assim como a Ethereum, busca ser a principal plataforma de contratos inteligentes. Os smart contracts, como também são conhecidos, são contratos eletrônicos cuja execução é autônoma, ou seja, independente de qualquer parte.
Na prática eles possibilitam uma série de aplicações que reproduzem serviços do mercado financeiro de forma descentralizada, como empréstimos, seguros e até mesmo bolsas de valores, tudo sem a interferência de terceiros.
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Os contratos inteligentes são a base para as aplicações de finanças descentralizadas (DeFi), um mercado que, segundo informações da plataforma Coinmaketcap, está avaliado em US$ $124,21 bilhões.
Uma das principais vantagens da rede Solana, avalia Nasser, é que a rede é escalável. Ou seja: tem condições para crescer de forma uniforme e suportar diversas transações ao mesmo tempo. “Além disso, é infinitamente mais barata que Ethereum. Hoje, a transação com o ETH está custando US$ 80 USD; com a Solana R$ 0,02. Além disso, a Solana também consegue atingir milhares de transações por segundo”, diz.
Na visão de Alexandre Ludolf, diretor de investimento da QR Asset Management, o sucesso da rede Solana está vinculado ao sucesso das plataformas de smart contracts em geral. “Desde o ano passado, os projetos de DeFi (finanças descentralizadas) estão ganhando cada vez mais tração, com exchanges descentralizadas e plataformas de empréstimo transacionando um volume cada vez maior”, diz.
A Solana é uma blockchain com taxas de transação baixas e uma capacidade de processamento extremamente elevada, explica Ludolf. Além disso, conta com o apoio de diversos players do mercado, dentre eles Sam Bankman-Fried, o fundador da enorme exchange FTX, que apoia e investe em diversos protocolos na rede.
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Já André Franco, analista de criptoativos da Empiricus Research, cita outro motivo por trás da alta. Ele acredita em uma visão global de que, no futuro, o mundo será multichain, ou seja, contará com várias redes interligadas (como Solana e Ethereum) conversando entre si, com espaço para todas elas tomarem uma parte do mercado.
“Essa alta vertiginosa da Solana se deve a duas coisas: à visão de que o mundo é multichain e aos próprios incentivos que a rede criou para novos protocolos se instalarem fazerem campanha, direta e indiretamente, por seu token SOL”, diz Franco.
História
Criada em 2017 por Anatoly Yakovenko, ex-desenvolvedor da Qualcomm e do Dropbox, a Solana é um projeto blockchain de código aberto que busca alavancar várias tecnologias inovadoras para alimentar a próxima geração de aplicativos descentralizados, os chamados dapps.
O projeto tem o objetivo de fornecer uma plataforma altamente escalável, segura e descentralizada ao máximo. Uma das principais características que diferenciam Solana de seus concorrentes é o seu sistema de consenso de Prova de Participação (PoS), que é bem mais eficiente em termos energéticos do que a mineração que utilizada pela rede do Bitcoin.
No caso da rede Solana (e de todas as redes que usam o mecanismo do PoS), usuários depositam suas SOL para se tornarem validadores da rede. No processo, eles desempenham um papel similar ao dos mineradores, sendo responsáveis por ordenar as transações e criar novos blocos na Blockchain, para que todos os participantes possam validar o estado da rede, assim como a sua confiabilidade. Assim, novas unidades da criptomoeda são geradas.
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Segundo Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, um dos grandes diferenciais da Solana é que ela elevou a prova de participação a um novo nível com o Proof of History, um algoritmo que visa justamente gerar a escalabilidade que a Solana apresenta. “A grande vantagem competitiva da Solana frente aos demais players do mercado é justamente sua grande capacidade de transações por segundo”, diz Telles.