O contrato mais líquido do ouro fechou em forte queda hoje (22), em sessão marcada pelo anúncio da indicação de Jerome Powell para um segundo mandato como líder do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O movimento fortaleceu o dólar e os juros dos Treasuries, tornando o ouro – que é cotado na moeda americana e compete com a renda fixa pela preferência dos investidores como ativo seguro – menos atrativo.
Leia também
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega agendada para dezembro encerrou a sessão em baixa de 2,45%, a US$ 1.806,30 a onça-troy.
O Commerzbank atribui o movimento de queda do ouro nos últimos dias a um dólar “persistentemente firme”, e lembra que a relação entre o euro e a moeda americana está mais uma vez abaixo da marca de US$ 1,13. Entre os elementos que contribuem para tal movimento, o banco alemão cita a publicação de indicadores que mostraram força da economia dos EUA, as restrições em virtude da covid-19 na Europa e a divergência entre os bancos centrais, com o Fed sinalizando um aperto monetário.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Para Edward Moya, analista da Oanda, o movimento de alta dos rendimentos dos Treasuries acelerou parte da fraqueza do ouro, mas é muito cedo para os investidores pensarem que este é o início de uma tendência sustentada. Segundo ele, o metal tem um suporte em torno do nível de US$ 1.800 a onça-troy, e com uma semana de negociação mais curta em virtude do feriado de Ação de Graças, ele poderia se consolidar entre US$ 1.800 e US$ 1.850 antes da reunião de política do Fed de 15 de dezembro.
Sobre a escolha de Biden, o TD Securities reconheceu que poderia ser um catalisador em potencial para uma queda nos preços do ouro. No entanto, “em última análise, esperamos que as nomeações para o Conselho do Federal Reserve resultem em um Fed mais dovish”, avaliou sobre o longo prazo.