O dólar devolveu perdas iniciais e passou a subir nesta quarta-feira (15), ficando confortavelmente acima dos 5,70 reais, conforme investidores aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.
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No Brasil, participantes do mercado também digeriam leitura pior do que o esperado do IBC-Br, que caiu 0,40% em outubro sobre setembro.
Às 10h12 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,34%, a 5,7151 reais na venda.
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Na B3, às 10h12 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,56%, a 5,7345 reais.
Mais cedo, o dólar à vista chegou a cair 0,66%, a 5,6578 reais, o que alguns investidores atribuíram a um ajuste, já que o dólar vem de uma sequência de quatro pregões seguidos de alta, período em que saltou 2,87% frente ao real.
O principal destaque desta quarta-feira era a reunião de dois dias do Fed, cuja decisão será anunciada às 16h (de Brasília). A expectativa de participantes do mercado é de que a autoridade monetária acelere o ritmo de redução de suas compras mensais de títulos e antecipe projeções para altas de juros.
Embora isso seja amplamente visto como positivo para o dólar, o índice da divisa norte-americana contra uma cesta de rivais fortes tinha variação negativa de 0,05% nesta manhã. “Acho que foi bem antecipada a reunião de hoje, então, às vezes, acontece de (o dólar) subir antes dela e, no dia, ter uma reação mais tímida, mas nada impede uma reversão desse comportamento”, explicou à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
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Juros mais altos nos Estados Unidos elevariam a rentabilidade de se investir nos títulos soberanos dos EUA, considerados o ativo mais seguro do mundo, o que tenderia a aumentar o ingresso de recursos no país e, consequentemente, apoiar o dólar.
“O mercado financeiro e seus investidores tendem a antecipar os movimentos e a perspectiva de menor liquidez gera menos apreensão do que a elevação de juros, dado o passado de ‘flight to quality’ (busca por segurança) que ocorria sempre que os EUA elevavam juros”, disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Enquanto isso, no Brasil, dados do Banco Central mostraram que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil (IBC-Br) –uma medida da evolução do ritmo de atividade no país– caiu 0,40% em outubro sobre setembro, leitura pior que a baixa de 0,20% prevista por analistas em pesquisa da Reuters.
Esse é o mais recente sinal de tropeço da atividade econômica brasileira, após leituras decepcionantes do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre e dos setores de varejo e serviços.
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Cruz, da RB disse enxergar um cenário desafiador para o real em 2022, com expectativas de crescimento baixo ou até inexistente no Brasil somando-se a prováveis aumentos de juros nos Estados Unidos e às incertezas políticas impostas pelas eleições presidenciais.
“Eu adotaria posturas bastantes defensivas”, disse ele sobre o ano que vem, afirmando que não descarta a possibilidade de o dólar alcançar a casa dos 6 reais.
Na véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário teve alta de 0,37%, a 5,6955, maior patamar desde 13 abril deste ano.