O dólar emendou a quarta queda ante o real nesta segunda-feira, fechando na mínima em mais de duas semanas, com investidores captando o dia otimista nos mercados externos após dados nos EUA sugerirem força da economia a despeito da variante ômicron da covid-19.
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O dólar negociado no mercado à vista caiu 0,43%, a 5,6393 reais na venda, menor patamar desde o último dia 10 (5,6136 reais).
A cotação, assim, reverteu alta de mais cedo, quando chegou a subir 0,78%, a 5,7073 reais, ficando acima da linha psicológica de 5,70 reais.
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Nesse mesmo momento as commodities estavam em queda mais firme –o petróleo Brent, por exemplo, chegou a recuar 0,51%. Mas posteriormente o barril ingressou num rali, com investidores esperançosos de que os casos de Covid-19 pela cepa Ômicron não esfriarão a economia global –que, assim, continuaria a demandar energia.
Por ser exportador de produtos básicos, o Brasil tem seus mercados financeiros sensíveis aos movimentos desses ativos. No fechamento, o Brent, referência para a Petrobras, saltou 3,23%, a 78,60 dólares por barril. As ações preferenciais da petrolífera brasileira subiam 1,2% às 17h18 (de Brasília) na B3.
De toda forma, receios sobre a variante Ômicron do coronavírus continuam a ocupar lugar de destaque na lista de preocupações de investidores globais, cujo temor também inclui riscos de inflação mais alta e consequente aperto mais acelerado das políticas monetárias.
No Brasil, a última semana do ano reserva dados fiscais, que na margem devem vir melhor que o esperado.
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“Os números fiscais do ano devem vir acima (melhores) do que os projetados no começo do ano, mas ao mesmo tempo com uma perspectiva fiscal muito ruim para o futuro”, ponderou Jason Vieira, economista-chefe e sócio da Infinity Asset, alertando que ainda há risco de a volatilidade atingir os mercados nestes últimos dias do ano.
O real, aliás, segue como a moeda emergente relevante mais volátil fora a lira turca, esta envolvida em uma profunda crise de confiança.
Em quatro quedas até esta segunda, o dólar perdeu 1,84% ante o real. A moeda norte-americana não cedia por quatro pregões seguidos desde as mesmas quatro quedas entre 20 e 25 de agosto. Além da recuperação do humor externo, a presença mais firme do Banco Central no mercado de câmbio, com ofertas de liquidez, também fez preço.