Luísa Laval – O BTG Pactual aponta a TIM como principal beneficiada na aquisição dos ativos da Oi Móvel, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a venda com alguns remédios.
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“Com a venda da operação móvel, a Oi deverá receber recursos de R$ 15,8 bilhões e poderá pagar parte considerável de suas dívidas, incluindo BNDES (cerca R$ 4,5 bilhões) e empréstimo-ponte móvel (perto de R$ 2,1 bilhões)”, escrevem em relatório os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi.
As operadoras TIM, Vivo e Claro estão dividindo os ativos móveis da Oi em três. A TIM, que é a menor das três e possui participações de espectro muito menores, manterá a maior parte do ativo. Está previsto que retenha 54% do espectro (49Mhz), 40% dos clientes e 49% dos sites móveis. Para isso, está pagando R$ 7,3 bilhões, ou 44% do preço total pago pela Oi.
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A Vivo está assinando o segundo maior cheque: a empresa está comprando 46% da posição de espectro da Oi (43Mhz), 29% da base de clientes e 19% dos sites móveis por R$ 5,5 bilhões, ou 33% do preço total. Já a Claro, da AMX, que controla mais espectro que a Vivo e muito mais que a TIM, não está comprando nenhum espectro. Manterá 32% da base de clientes e sites por R$ 3,7 bilhões (22% do preço total).
Na visão do BTG, a aquisição deve gerar grandes sinergias para a TIM via otimização de despesas gerais, custos associados à manutenção de rede e capex. A margem marginal para as operadoras existentes, ou seja, margens pós-sinergia, pode variar de 50% a 70%, pois as operadoras receberão 100% das receitas móveis da Oi, sem incorrer em todos os custos associados.
Os analistas estimam que a pode adicionar R$ 1,8 bilhão em fluxo de caixa operacional livre adicional para a TIM, antes de impostos. Com uma taxa de desconto de 10%, o fluxo de caixa extra implica um valor justo para o ativo de R$ 17,8 bilhões, pelo qual a TIM está pagando R$ 7,3 bilhões. Após os impostos, a criação de valor é de R$ 7,4 bilhões, ou R$ 3,0 por ação (21% do preço das ações da empresa).
A Vivo também se beneficia da consolidação do setor, mas não tanto quanto a TIM, por comprar uma parcela menor do ativo (33%). O BTG projeta que a aquisição da operação móvel da Oi pela Vivo pode adicionar R$ 1,2 bilhão em fluxo de caixa operacional livre adicional, antes de impostos.
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Com uma taxa de desconto de 10%, o fluxo de caixa extra implica um valor justo para o ativo de R$ 12,4 bilhões, pelo qual a Vivo está pagando R$ 5,5 bilhões. Após os impostos, a criação de valor é de R$ 4,8 bilhões, ou R$ 2,9 por ação – 6% do preço das ações da empresa.
O BTG reiterou a recomendação de compra da ação da TIM, com preço-alvo de R$ 20 e potencial de alta de 41,5% ante o fechamento de ontem.
“A transação irá redefinir o cenário de telecomunicações brasileiro nos próximos anos, levando a um ambiente competitivo mais racional e potencialmente aumentando o retorno geral do setor sobre o capital investido”, concluem os analistas.