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- Cemig é uma concessionária de energia elétrica de economia mista controlada pelo governo de Minas Gerais
- É uma das maiores empresas do setor energético no Brasil e da América Latina, com presença em 25 estados
- Tem controle da Light, participações na Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa) — grande grupo privado de transmissão — e nas usinas de Belo Monte e Santo Antônio
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) é uma das maiores empresas do setor energético do Brasil e da América Latina, atuando em geração, transmissão, distribuição e comercialização de eletricidade em 25 estados brasileiros, além da distribuição exclusiva de gás natural em Minas Gerais.
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A estatal foi fundada em 1952, sob o governo de Juscelino Kubitschek no estado, e fazia parte de um projeto desenvolvimentista que focava melhorar a infraestrutura de energia elétrica, especialmente para as indústrias de mineração e metalurgia.
Da década de 1960 até os anos 2000, a Cemig consolidou seus serviços em Minas Gerais, incorporando companhias energéticas, inclusive de gás natural, e inaugurando usinas hidrelétricas. A companhia oferece seus serviços tanto para clientes de varejo quanto para indústrias de mineração e siderurgia e responde por 96% da eletricidade do estado.
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No início do século 21, a companhia expandiu seus negócios nacionalmente com a aquisição de linhas transmissoras, parques eólicos, concessionária de energia, participação em consórcios e construção de novas hidrelétricas.
A empresa mineira chegou a ter negócios no Chile, como parte de uma expansão na América do Sul, mas desistiu do plano e vendeu sua participação.
Atualmente, o grupo Cemig tem o controle de mais de 70 usinas elétricas, com participações nas usinas de Belo Monte e Santo Antônio. A holding também é proprietária da Light, principal companhia de energia elétrica do Rio de Janeiro, e acionista da Taesa, um dos maiores grupos privados de transmissão de eletricidade do País.
Ações da Cemig
Desde sua fundação, a Cemig tem suas ações negociadas em bolsas de valores. Primeiro, as ações eram vendidas na extinta Bolsa de Valores do Estado de Minas Gerais. A partir de 1972, a empresa passou a ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo.
Em 1993, a companhia mineira estreou em bolsas internacionais, com American Depositary Receipts (ADRs) negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). A partir de 2002, os papéis da Cemig foram listados também na Bolsa de Valores de Madri.
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De acordo com o último balanço da Cemig, a empresa tem mais de 195 mil acionistas, mas as decisões estão concentradas no setor público. O Estado de Minas Gerais é proprietário de 51% das ações ordinárias (CMIG3) e detém o controle da companhia, enquanto a BNDES Participações detém 11%.
O maior acionista privado, o Fundo de Investimento em Ações (FIA) Dinâmica Energia, é dono de 27% do total dos papéis com direito a voto. Diferentemente das ordinárias, 97% das ações preferenciais estão nas mãos do setor privado, especialmente do estrangeiro, que responde por mais de 70% do total.
Vale a pena investir na Cemig?
A Cemig conseguiu superar as adversidades provocadas pela pandemia e pela crise hídrica com resultados positivos nos últimos dois anos, focando em investimentos e na modernização de sua rede. A companhia prevê a aplicação de R$ 22,5 bilhões em geração, transmissão e distribuição de energia, geração distribuída e comercialização de gás até 2025.
Nos últimos três anos, o retorno sobre patrimônio (ROE) da Cemig cresceu 48% ano a ano, mas está em 18,27%, um índice abaixo do setor elétrico e do mercado em geral. Para melhorar o retorno aos acionistas, a empresa planeja, em 2022, desfazer-se de suas participações minoritárias na Taesa e nas usinas hidrelétricas de Belo Monte e Santo Antônio.
Uma possível privatização da holding anima o mercado e foi uma promessa de campanha do atual governador, Romeu Zema. Entretanto, há baixa probabilidade de sair do papel, especialmente em ano eleitoral, pois necessita da aprovação de três quintos dos deputados estaduais mineiros. O provável é que seja realizada a abertura de capital (IPO) da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), prevista para 2022.
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A Cemig é uma empresa sólida que certamente vale a pena ser mantida no portfólio de longo prazo. Nos últimos cinco anos, as ações preferenciais tiveram valorização superior a 46%. No entanto, em médio e curto prazos, os resultados da companhia apresentaram desaceleração no crescimento, e as perspectivas frustradas de privatização podem derrubar a cotação da empresa.