Por Thaís Barcellos e Célia Froufe – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a avaliar há pouco que o choque atual de commodities produz efeitos positivos para o Brasil, que é exportador desses produtos, mas também cria um problema social devido ao aumento de preços de energia, combustíveis e alimentos.
Segundo ele, há algumas opções para lidar com esse problema. O primeiro é deixar os preços equilibrarem o mercado, reduzindo o consumo. “Mas isso não é socialmente nem politicamente viável.” A segunda opção, conforme Campos Neto, é intervir nos preços, como em vários países neste momento, mas isso pode desencorajar investimentos. “E acho que é o setor privado que vai resolver o problema no final, e não o governo.”
Por fim, ele comentou que é possível usar o choque positivo provocado pelas commodities, com mais exportações e arrecadação de impostos, para lidar com o problema social, via subsídios. “É uma boa solução, mas há o risco de virar uma despesa permanente. “No fim, lidar com esse problema é chave. E vai influenciar como veremos essa questão no futuro.”
Campos Neto participou de painel na “The Green Swan Conference”. O evento é promovido pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), pelo Banco Central Europeu (BCE), pelo Banco do Povo da China e pelo Network for Greening the Financial System (NGFS).