Por Guilherme Bianchini – A XP Investimentos elevou de 1,6% para 2,2% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. A corretora atribui a revisão à retomada mais forte do mercado de trabalho e aos estímulos fiscais adicionais no curto prazo, que também levaram a estimativa para a expansão do segundo trimestre a subir de 0,6% para 0,8%. Para 2023, a expectativa se manteve em alta de 0,5%.
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“Indicadores de atividade continuam a surpreender positivamente, com destaque ao aumento do consumo. A economia brasileira permaneceu em rota de recuperação nos últimos meses, com melhoria disseminada entre os principais setores”, analisa a XP em relatório. “Entre as razões, o aumento da mobilidade, preços de commodities em patamares ainda elevados e expansão dos investimentos de governos estaduais. Além disso, estimamos que a massa de renda disponível às famílias cresceu aproximadamente 7% no primeiro semestre de 2022 ante o segundo semestre de 2021, após ajuste sazonal.”
De acordo com a XP, o enfraquecimento da atividade no segundo semestre deste ano deverá ser mais suave do que o imaginado. Embora a expectativa de perda de fôlego da atividade permaneça, com juros elevados e maior percepção de risco, o movimento tende a ser atenuado pelas medidas fiscais já aprovadas e pelas que estão em tramitação no Congresso.
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“As medidas contidas na ‘PEC dos Benefícios Sociais’ podem gerar impacto líquido de 0,25pp sobre o PIB total de 2022, segundo nossos cálculos, via aumento de massa de renda disponível e, consequentemente, estímulo ao consumo. Incorporamos esses efeitos ao cenário base”, afirma.
Produção industrial
Em relação à alta de 0,3% da produção industrial em maio, na margem, o economista da XP Rodolfo Margato ressalta que a leitura mostrou sinais predominantemente positivos nas principais categorias, sobretudo em bens de capital (7,4%). “Um sinal encorajador para a dinâmica de curto prazo da Formação Bruta de Capital Fixo”, diz.
A estimativa preliminar da corretora para a produção industrial de junho é de alta de 0,3% ante maio, com 0,8% na comparação interanual. Para o resultado anual do setor em 2022, a projeção é de crescimento de 0,8%, após expansão de 3,9% em 2021. “Em resumo, a indústria brasileira deve se recuperar gradativamente ao longo deste ano”, acrescenta Margato.