O bitcoin hoje apresenta forte queda devido ao risco do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) seguir com um ciclo de aperto monetário mais severo para combater a inflação. Na manhã desta sexta-feira (19), o BTC sofre um tombo de 7,6%, sendo negociado a US$ 21,3 mil nas últimas 24 horas. A derrocada é semelhante para o ethereum (ETH). Durante o mesmo período, a segunda maior criptomoeda em valor de mercado sofre uma desvalorização de 6,6%, cotada a US$ 1,7 mil.
Segundo André Franco , head de research do Mercado Bitcoin, a sexta-feira dá sequência ao sexto dia consecutivo de queda para o BTC e também para o ethereum, mesmo com a proximidade do “The Merge” no caso do ETH. “Para o bitcoin, o próximo grande suporte é próximo dos 20 mil dólares e para o ether os 1.600 dólares”, afirma Franco.
O The Merge é um processo que vai realizar a transição do sistema proof-of-work (prova de trabalho, tradução livre em português) para o proof-of-stake (prova de participação), que deve reduzir em mais de 90% o consumo de energia por parte da rede ethereum.
O pessimismo está mais relacionado com a possibilidade do Fed seguir com um ciclo de aperto monetário mais severo nos Estados Unidos para conter a alta dos preços. “Desde a liberação da ata da FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto, equivalente ao Copom no Brasil), que mostrou que a autoridade monetária não tem medo de avançar a alta de juros, o preço das cripto tem se mantido numa tendência de baixa, que deve perdurar enquanto o mercado digere a informação”, explica Thiago Rigo, analista da Titanium Asset.
Diante desse cenário, é preciso ter cautela e analisar como os investidores institucionais antecipam os acontecimentos que podem ter impacto no cenário macroeconômico. “As previsões de alta nas taxas de juros e os índices das bolsas de valores podem ser utilizadas como um termômetro para as criptomoedas, utilizando da alta correlação que elas tem apresentado com os mercados de Wall Street”, acrescenta Rigo.