(Carlos Dias, Estadão Conteúdo) – O volume de negociação de criptomoedas e o movimento conjunto com os mercados de ações aumentaram na Ásia, onde os principais investidores são pessoas físicas e jurídicas da Índia, Vietnã e Tailândia. A avaliação é do Fundo Monetário Internacional (FMI), em artigo divulgado neste domingo (21).
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Segundo a instituição, poucas partes do mundo adotaram ativos de criptomoedas como a Ásia, o que levanta uma importante questão de integração desses ativos no continente. “Embora a digitalização possa ajudar na transição para um sistema de pagamento ambientalmente consciente e também promover a inclusão financeira, as criptomoedas podem representar riscos à estabilidade financeira”, diz o FMI.
O valor total de mercado de criptoativos do mundo aumentou 20 vezes em apenas um ano e meio, para US$ 3 trilhões em dezembro. Em seguida, caiu para menos de US$ 1 trilhão em junho, quando os aumentos das taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para conter a inflação acabaram com o acesso fácil aos empréstimos baratos.
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De acordo com o FMI, à medida que os investidores asiáticos investiam em criptomoedas, a correlação entre o desempenho dos mercados de ações da região e ativos como Bitcoin e Ethereum aumentou. Embora as correlações de retornos e volatilidade entre o Bitcoin e os mercados de ações asiáticos fossem baixas antes da pandemia, elas subiram significativamente desde 2020, diz o relatório do Fundo.
“Os principais impulsionadores da maior interconectividade dos mercados de criptomoedas e ações na Ásia podem incluir a crescente aceitação de plataformas e veículos de investimento relacionados a criptomoedas no mercado de ações e no mercado de balcão. Ou a adoção de criptomoedas por investidores institucionais e de varejo na Ásia, muitos dos quais têm posições nos mercados de ações e criptomoedas”, comenta o Fundo.
No entanto, o FMI alerta que as autoridades na Ásia estão cada vez mais sensíveis aos riscos representados pelas criptomoedas à medida que a adoção continua a se espalhar. Portanto, eles aumentaram seu foco na regulamentação e estruturas regulatórias em vários países, incluindo a Índia, Vietnã e Tailândia, conclui o FMI.