- Num dos mitos gregos da criação, Prometeu era um titã que recebeu de Zeus a tarefa de criar os seres que povoariam a Terra
- Há várias interpretações para o mito de Prometeu, mas a maioria acaba mostrando que há consequências para aqueles que desafiam o poder da autoridade de sua época
- Se pudessem, muitos países mundo já teriam feito com o bitcoin o mesmo que Zeus fez com Prometeu, e exatamente pelo mesmo motivo: o bitcoin é um desafio para a autoridade do Estado
Num dos mitos gregos da criação, Prometeu era um titã que recebeu de Zeus a tarefa de criar os seres que povoariam a Terra. Ele moldava todo tipo de criatura e atribuía a elas um talento: para as aves a capacidade de voar, aos elefantes uma força descomunal, para outros a rapidez, a sagacidade e assim por diante. Entretanto, Prometeu sentia que faltava alguma criatura para completar o quadro.
Em saber ao certo o que iria fazer, juntou água ao barro e criou uma figura feita à imagem de um deus, porém mais modesta e frágil: o homem. Enquanto os outros animais andavam sob quatro patas, com o rosto voltado para o chão, o homem foi criado para manter a cabeça erguida, observando as estrelas.
Encantado com sua criação, Prometeu decidiu conceder ao homem talentos ainda mais especiais que aos demais animais, como o conhecimento das ciências, das artes, entre outras coisas. Contudo, o homem continuava paralisado sob o poder de um medo inexplicável da escuridão. Para ajudá-lo a superar esse medo, ainda deu ao homem o recurso do fogo.
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Todavia, o fogo era exclusivo dos deuses, e entregando-o, Prometeu tornou o homem tão engenhoso quanto as próprias divindades.
Diante desse desafio a sua autoridade, Zeus resolveu castigar Prometeu ordenando que o Titã fosse acorrentado no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia comeria parte de seu fígado, que a noite iria se regenerar para ser novamente devorado no dia seguinte, por toda a eternidade (os gregos eram excepcionalmente criativos em seus castigos).
Há várias interpretações para o mito de Prometeu, mas a maioria acaba mostrando que há consequências para aqueles que desafiam o poder da autoridade de sua época. Qualquer tentativa de mudança de um sistema sempre será combatida por quem ganha com a existência de determinado mecanismo.
Pode ter certeza que, se pudessem, muitos países já teriam feito com o bitcoin o mesmo que Zeus fez com Prometeu, e exatamente pelo mesmo motivo: o bitcoin é um desafio para a autoridade do Estado.
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A questão é que não podem. Por ser descentralizado, sem a existência de um dono, acorrentar o Prometeu do século XXI é bem mais complicado